CNB faz a estreia mundial de Upstream, do coreógrafo Andrew McNicol

A par de Upstream, a Companhia Nacional de Bailado terá um programa triplo no São Carlos, contando com Workwithinwork, de William Forsythe e Concerto Barocco, de George Balanchine.

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Companhia Nacional de Bailado numa interpretação de Serenade, de George Balanchine, no Rivoli paulo pimenta
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A coreografia Upstream, do britânico Andrew McNicol, vai ser interpretada pela Companhia Nacional de Bailado (CNB), em estreia mundial, a 14 de Março, num programa que inclui ainda Workwithinwork, de William Forsythe e Concerto Barocco, de George Balanchine, anunciou esta segunda-feira a companhia.

Pela primeira vez a colaborar com a CNB, Andrew McNicol desenhou a nova coreografia inspirado numa partitura do compositor e violoncelista escocês Peter Gregson, ponto de partida que lhe forneceu "um mapa" para percorrer em conjunto com os bailarinos e bailarinas da companhia portuguesa, segundo um comunicado desta entidade.

Upstream vai subir ao palco do Teatro Nacional de São Carlos, em Lisboa, entre 14 e 24 de Março. Este novo programa da CNB, agora afastada da sua casa mãe no Teatro Camões - que se encontra encerrado para obras de requalificação no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) - contempla ainda Workwithinwork, de Forsythe, e Concerto Barocco, de Balanchine.

"O que tem sido sempre consistente em todo o meu trabalho, e esta peça não é excepção, é o facto de ser muito impulsionado pela música. Neste caso, a bela partitura do compositor Peter Gregson. A sua música comoveu-me. Há algo incrivelmente imersivo e visível na qualidade da sua música, que tem esta dinâmica, mas ao mesmo tempo deixa espaço para a dança", explica Andrew McNicol, citado no comunicado da CNB.

Por seu turno, Workwithinwork, de William Forsythe - coreografia estreada em 1998 pelo Ballet de Frankfurt, na Alemanha - vai ser agora dançada pela primeira vez pela CNB.

Esta peça "espelha a obra de um coreógrafo que aborda a dança de forma a explorar e desconstruir códigos da técnica de dança clássica, quebrando convenções, e que também é reconhecido pela forma como transforma o espaço cénico", assinala o texto da companhia.

Concerto Barocco, de George Balanchine (1904-1983), um coreógrafo cujo trabalho continua a influenciar gerações de criadores e bailarinos em todo o mundo, começou como um exercício para a School of American Ballet, e foi dançado pelo American Ballet Caravan numa digressão sul-americana em 1941, entrando posteriormente no repertório dos Ballet Russes de Monte Carlo.

Trata-se de uma obra abstracta desenvolvida a partir da música de Bach, e a coreografia corresponde a uma personificação da música nos corpos dos bailarinos, que conta, nos papéis solistas, com Inês Ferrer, Miyu Matsui e Aeden Pittendreigh, Leonor de Jesus, Inês de Serra e Moura e Francisco Morais; Andreia Mota, Tatiana Grenkova e Frederico Gameiro.

Em Portugal, Concerto Barocco foi dançada pela última vez pela CNB em Julho do 2022, no Millennium Festival ao Largo.

A estreia do novo programa terá acompanhamento musical pela Orquestra Sinfónica Portuguesa, dirigida pelo maestro Pedro Carneiro, contando ainda com solistas da Orquestra de Câmara Portuguesa.

No dia 13 Março, às 20h, a CNB promove um ensaio geral solidário, no Teatro Nacional de São Carlos, que reverterá a favor das associações de solidariedade social Portugal com ACNUR, agência do ONU para os refugiados, Pedalar sem Idade e ÂNIMAS.

No dia 16 de Março, às 17h, o salão nobre do Teatro Nacional de São Carlos será palco de mais uma conversa pré-espectáculo, do ciclo Vamos Falar de Dança, sobre as três obras apresentadas neste programa, com convidados e aberta à participação do público.

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