Anatomia de uma Queda venceu os Césares mas Judith Godrèche ganhou o Olympia

A cerimónia de prémios ficou marcada por uma actriz que direccionou o seu #MeToo à família do cinema francês: “Há algum tempo que falo mas não vos oiço. Onde estão? O que dizem?”

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Judith Godrèche no Olympia de Paris Julien M. Hekimian/Getty Images
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O cenário dos prémios do cinema francês: o Olympia de Paris Francois Durand/Getty Images
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Nomeada três vezes aos Césares, a primeira em 1991 quando tinha 19 anos e foi proposta como "jovem esperança feminina" por La Desenchantée, de Benoît Jacquot, Judith Godrèche não tinha filme a defender em 2024. Não tinha prémio a receber. E no entanto, a imprensa francesa, que por estes dias faz dela a guerrilheira que confronta "o mundo do cinema com os seus anos de omertà sobre violências sexuais" cometidas contra actrizes (como se lia na manchete do Libération), insinuava que pouco importaria que filme seria coroado no Olympia de Paris na noite de sexta-feira à noite como melhor de 2024: Anatomia de uma Queda, de Justine Triet (11 nomeações, 1,6 milhões de espectadores e ainda a atrair pessoas às salas francesas), ou O Reino Animal, de Thomas Cailley (12 nomeações e também mais de um milhão de espectadores). O importante, aquilo que estava a criar tensão antes da cerimónia, era a expectativa de Judith Godrèche aparecer no Olympia para se dirigir aos membros da Academia Francesa de Cinema.

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