Super Dragões: greve de guardas prisionais obriga a adiar julgamento

Fernando Madureira acompanhará julgamento por videoconferência. Adeptos acusados de apedrejar polícia antes de jogo de hóquei frente ao Benfica.

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Fernando Madureira, líder dos Super Dragões MANUEL ARAÚJO
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A greve dos guardas prisionais impediu que Hugo Carneiro (conhecido como “Polaco”), um dos detidos na Operação Pretoriano, fosse transportado até ao Tribunal do Bolhão, no Porto, nesta terça-feira, para ser ouvido num segundo processo que envolve os Super Dragões. Dado que o arguido em questão se recusou a ser ouvido à distância, por videoconferência, o juiz responsável pelo processo foi obrigado a adiar o julgamento para Março. Fernando Madureira, outro dos arguidos neste processo, acompanhará o julgamento por videoconferência, dispensando presença física.

Esta é a terceira sessão do processo em que estão em causa os acontecimentos do dia 7 de Abril de 2018, data em que se realizou o clássico entre FC Porto e Benfica a contar para a Liga Europeia de hóquei em patins. Um grupo de adeptos portistas é acusado de ter apedrejado polícias antes do início do jogo, numa tentativa de intimidação aos adeptos das "águias". Além de Madureira e de "Polaco", figuram também na lista de arguidos vários nomes de peso dos Super Dragões com presença assídua nos jogos do FC Porto.

Os adeptos benfiquistas que se deslocaram até ao Porto para assistirem à partida foram obrigados a refugiar-se na Estação de Metro nas imediações do Dragão Arena. Por não estarem reunidas condições de segurança, a polícia não autorizou a sua entrada no pavilhão portista, que tinha uma zona especialmente preparada para os adeptos visitantes.

De acordo com a acusação, estes elementos dos Super Dragões – e outros adeptos que não foi possível identificar – arremessaram cerca de 50 pedras, quatro garrafas de vidro e ainda artefactos pirotécnicos. Um agente da PSP que fazia segurança a este jogo foi atingido com uma pedra na cara, necessitando de assistência hospitalar.

Nesta quarta-feira, o tribunal ia começar a exibir vídeos aos arguidos. Pela incapacidade de conseguir visionar estas provas se fosse ouvido por videoconferência, Hugo Carneiro rejeitou participar à distância, exigindo marcar presença em tribunal. Pelo facto de não estar detido à guarda deste processo, o arguido não se enquadra nos serviços mínimos da greve dos funcionários prisionais, não se contemplando o transporte deste para tribunal.

De acordo com o advogado de Fernando Madureira, Gonçalo Cerejeira Namora, o líder dos Super Dragões nega os factos de que é acusado, tendo já mostrado esta discordância nas duas sessões iniciais deste julgamento.

Fernando Madureira e "Polaco" estão detidos preventivamente no âmbito da Operação Pretoriano, sendo suspeitos de terem instigado um clima de intimidação e violência na assembleia geral extraordinária do FC Porto de Novembro passado.

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