Na próxima terça-feira começa uma nova fase do Encontro de Leituras. O clube de leitura do PÚBLICO, que durante três anos se realizou com a Folha de S. Paulo, terá a partir de agora uma nova parceria com a revista literária brasileira Quatro cinco um.

O nosso convidado é o escritor, músico e produtor angolano Kalaf Epalanga com o romance Também os Brancos Sabem Dançar, publicado em Portugal pela Editorial Caminho e no Brasil pela editora Todavia. Paulo Werneck, o jornalista e director da revista Quatro cinco um, estará a fazer comigo a moderação do evento em que todos podem participar.

Estarei a fazer o evento a partir da Póvoa de Varzim, onde durante a próxima semana se realiza o festival Correntes d'Escritas.

Deixo-vos aqui as notícias, que saíram no PÚBLICO e na Quatro Cinco Um, onde vos contamos todas as novidades. Quem quiser receber informações sobre este clube de leitura do PÚBLICO pode inscrever-se através do email encontrodeleituras@publico.pt

Os melhores momentos serão depois publicados no podcast Encontro de Leituras

Kalaf Epalanga já foi cronista do PÚBLICO e também da Quatro cinco um.

 

No próximo mês de Março o PÚBLICO faz 34 anos. Como habitualmente, vamos ter um jornal diferente. Neste ano, em que se comemoram os 50 anos do 25 de Abril de 1974, a nossa directora por um dia será a escritora e jornalista Maria Teresa Horta.

Podem aceder a tudo o que está a ser preparado (a partir daqui) até ao dia 5 de Março, dia de aniversário do PÚBLICO. Aém da edição especial, online e em papel, haverá uma conferência que vai acontecer na Culturgest, em Lisboa.

Um texto da escritora Isabela Figueiredo intitulado A importância do não iniciou a série de trabalhos pensados para assinalar os 34 anos do PÚBLICO. Neste caso, quatro autoras do mundo da cultura vão escrever sobre o que é ser mulher em liberdade. O segundo texto foi publicado neste domingo: Eu e tu e nós e vós e elesda cineasta Teresa Villaverde. 

Há 50 anos a primeira edição do livro Portugal e o Futuro, do general António de Spínola, foi publicada. "O livro não é censurado, esgota cada uma das cinco edições, mas o que propõe é inexequível por tardio", explica o jornalista Nuno Ribeiro neste artigo sobre o livro que agitou o país que na altura tinha 13 anos de guerra em três frentes — Guiné, Angola e Moçambique.

"A minha escrita, que é intuitiva, está agora, cada vez mais, infectada pelo real, por estes tempos tão ameaçadores. É algo que se cola à nossa pele", diz Hélia Correia na entrevista que deu ao Ípsilon em que conversou com a crítica literária Helena Vasconcelos. Foi capa do Ípsilon. A Prémio Camões lançou recentemente o livro de contos Certas Raízes

 

 

Será apresentada no Porto, no próximo dia 23, às 15h, na Térmita Livros a obra Inland Journal – o Livro – 2015/2023. "É um livro de artistas ou, para sermos mais exactos, um livro de textos de artistas, feito das primeiras 33 edições do Inland Journal. Mas o que é o Inland Journal, perguntarão os leitores. É uma publicação sediada em Portugal e criada pelos artistas Eduardo Matos e André Cepeda", escreve o crítico de artes plásticas José Marmeleira nas páginas do Ípsilon.

Mariano Sigman, o autor de O Poder das Palavras, diz que "uma boa conversa dá-nos a capacidade de ver o mundo através dos olhos de outra pessoa". E vê riscos na IA: "Perdermos a capacidade para conversas sensatas". A entrevista, que deu à jornalista Karla Pequenino, pode ser lida no Ípsilon desta semana.

 

Já nas livrarias 

NÃO-FICÇÃO

​Uma Família Judaica — De Varsóvia e Brody a Lisboa e Telavive — Três séculos de diáspora 
Autoria: Esther Mucznik
Editora: Dom Quixote
400 págs., 22,90€
Nas livrarias desde 30 de Janeiro
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​"A história que irão ler é a saga de uma família judaica que, na sua essência, é representativa da história dos judeus do Leste Europeu ao longo dos séculos XIX e XX. Trata-se em concreto da família Goldreich Mucznik, a minha família (…). Mas porquê escrever sobre uma família cujo papel na história foi semelhante a tantos outros, sem particular destaque? Em primeiro lugar, (...) quero que os meus netos/ /bisnetos conheçam a sua/nossa história (…). Em segundo lugar, porque todas as pessoas, todas as famílias, mesmo as que a história ignora, são testemunhas do seu tempo (…). Como se verá, a minha família conta não só a sua própria história, mas também uma parte da história conturbada dos séculos XIX e XX", explica na introdução deste volume a fundadora e presidente da Associação Memória e Ensino do Holocausto — Memoshoá. 

FICÇÃO

Vida e Morte nas Cidades Geminadas
Autoria:  Sérgio Godinho
Editora: Quetzal Editores
272 págs; 18,80€
Nas livrarias desde 8 de Fevereiro
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No terceiro romance do autor de Estocolmo e Vida Dupla, há o francês Cédric , empregado numa morgue em Compiègne, França, e uma portuguesa que, "não por acaso", se chama Amália, tem o apelido Rodrigues e canta fado nas horas vagas. "Se não houvesse pessoas, tudo teria sido mais simples. Se não houvesse pessoas nem água a confluir nos rios, nem sangue a correr nas veias. (...) Uma mulher e um homem, un homme et une femme, separados por mil e muitos quilómetros, Compiègne Guimarães, Guimarães Compiène, até se encontrarem a meio dessa vida de labirintos e descontínuos. É essa a pergunta — e a solução", lê-se no primeiro capítulo. 

BIOGRAFIA

Olá! Então, Como Vais?
Autoria: Horácio Piriquito
Editora: Guerra & Paz
136 págs; 17 €
Nas livrarias desde 6 de Fevereiro
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O songbook Tozé Brito — 40 Canções — Partituras, letras, cifras, foi publicado pela Assírio & Alvim em 2010. Temos agora a biografia escrita pelo jornalista Horácio Piriquito, na Guerra & Paz, que vai buscar o título ao famoso refrão "Olá! Tu por aqui?/Olá! Então como vais?" de uma das canções compostas pelo músico, produtor e editor que começou por tocar viola, aos 15 anos, no grupo Pop Five, ainda no Porto antes de em 1969, com 18 anos, e a convite de José Cid, se ter mudado para Lisboa, para ser o viola baixo da banda Quarteto 1111. Tozé Brito esteve presente em 12 festivais da canção; viveu em Londres, ainda durante a ditadura, para escapar à Guerra Colonial; cantou nos Green Windows, lançou os Gemini e criou o fenómeno Doce. 

NÃO-FICÇÃO

Seja mais esperto do que o seu cérebro
Autoria: Daniel T. Willingham
Tradução: Alexandra Cardoso
Editora: Vogais
352 págs., 20,95€
Nas livrarias desde 22 de Janeiro
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"A aprendizagem autónoma exige muitas capacidades diferentes e precisamos que nos seja ensinada. Muito provavelmente isso não aconteceu. Inquéritos a estudantes universitários revelam que a grande maioria elabora as suas próprias estratégias para estudar, evitando a procrastinação. No entanto, as estratégias encontradas não são geralmente eficazes. Foi por essa razão que escrevi este livro. É um manual de utilizador para o seu cérebro que irá permitir-lhe explorar totalmente o seu potencial de aprendizagem e tornar-se, desse modo, um estudante independente", escreve nas primeiras páginas deste livro Daniel T. Willingham, professor de Psicologia na Universidade da Virginia, tendo obtido o seu PhD em Psicologia Cognitiva pela Universidade de Harvard.


No Leituras podem consultar as novidades que têm chegado às livrarias nas últimas semanas: na secção dedicada às saídas de livros.

Outrageous: A History of Showbiz and the Culture Wars é o terceiro livro de Kliph Nesteroff, que dedicou a vida a estudar comédia e cultura pop como uma espécie de historiador. Leiam a conversa conduzida pelo jornalista Rodrigo Nogueira (também no Ípsilon).

 "Encontrar o caminho neste território minado para as mulheres é complicado" disse-me a escritora francesa  Anne Akrich, autora de O Sexo das Mulheres – Fragmentos de um discurso belicoso, numa residência literária em Cascais.

Terra Queimada – Da Era Digital ao Mundo Pós-Capitalista é um ensaio demolidor da digitalização do mundo e do sistema económico neoliberal, diz-nos o crítico José Marmeleira que entrevistou o autor e académico Jonathan Crary. "Mas alguém acredita seriamente que o capitalismo vai continuar?", pergunta o crítico de arte e professor de Teoria e Arte Moderna na Universidade de Columbia (no Ípsilon).

A Antígona tem um novo projecto e festeja os seus 45 anos a plantar sementes de dissidência.

Até para a semana.