Pandora regista vendas “saudáveis” até ao momento

A Pandora tem sido um caso de sucesso entre os retalhistas e as marcas que visam os consumidores aspiracionais com artigos de luxo a preços acessíveis.

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Pandora é uma empresa dinamarquesa de joalharia fundada em 1982 Reuters/TOM LITTLE
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A Pandora, o maior fabricante na área da joalharia do mundo, declara nesta quarta-feira que o seu desempenho desde o início do ano tem sido "saudável", com um crescimento elevado das vendas de um só dígito, ao mesmo tempo que anuncia um programa de recompra de acções após uma forte corrida.

A Pandora tem sido um caso de sucesso entre os retalhistas e as marcas que visam os consumidores aspiracionais com artigos de luxo a preços acessíveis. Pandora é uma empresa dinamarquesa de joalharia fundada em 1982 por Per e Winnie Enevoldsen, um casal de ourives.

A empresa tem como objectivo um crescimento orgânico global das receitas de 6%-9% em 2024, afirma, depois de ter registado fortes vendas dos seus amuletos e pulseiras de prata, que ajudaram o preço das suas acções a mais do que duplicar desde o início do ano passado.

O objectivo de crescimento está em conformidade com o fixado em Outubro de uma taxa de crescimento anual composta de 7-9% entre 2023 e 2026.

A empresa anuncia ainda um programa de recompra de acções até quatro mil milhões de coroas dinamarquesas (537 milhões de euros) e um dividendo de 18 coroas dinamarquesas (2,41 euros) por acção. Estas subiram cerca de 1% na abertura.

Um ponto fraco foi a China, onde a Pandora diz que as vendas do quarto trimestre não corresponderam às expectativas, caindo para 116 milhões de coroas (15,54 milhões de euros), contra 143 milhões (19,16 milhões de euros) no mesmo trimestre do ano anterior. A China representa apenas 2% das receitas totais da Pandora em 2023, abaixo dos 5% das receitas em 2021.

No ano passado, as expectativas de uma forte recuperação pós-pandemia na China foram prejudicadas por uma crise imobiliária e pelo elevado desemprego juvenil, reduzindo os gastos dos consumidores e atingindo marcas de luxo como a Burberry.

"Estamos lá a longo prazo. Vai ser passo a passo, e um dia a China será uma parte significativa da Pandora", declara Alexander Lacik, CEO da empresa, em entrevista à Reuters.

A marca, que vendeu 107 milhões de peças de joalharia em 2023, acima dos 103 milhões em 2022, expandiu a sua gama de pulseiras, com preços que variam entre 50 euros e mais de 1800 euros, e tem vindo a abrir novas lojas e a afastar-se do comércio grossista.

"Melhoraram muito significativamente a sua comunicação e marketing", confirma Jaime Vazquez de Lapuerta, gestor de carteiras da Bestinver em Madrid, que detém acções da Pandora.

Além disso, tem uma grande oportunidade de abrir mais lojas no seu maior mercado, os EUA, acrescenta. "Depois, há uma potencial reviravolta na China, mas não é preciso acreditar nisso para estar em alta na Pandora."

Nos EUA, as receitas da empresa aumentaram 2% para 8,3 mil milhões de coroas (11,1 milhões de euros) em 2023. As receitas na China diminuíram 9% para 564 milhões de coroas (75,5 milhões de euros) durante o ano.

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