Nuno Afonso, fundador do Chega, encabeça lista de Lisboa da coligação Alternativa 21

Coligação é formada pelo MPT - Partido da Terra e pelo Partido Aliança, fundado por Santana Lopes em 2018. Ex-militante do Chega é vereador independente em Sintra depois de ter deixado partido.

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Vereador municipal sem pelouros, Nuno Afonso manteve-se em Sintra como independente. Daniel Rocha
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O fundador do Chega, Nuno Afonso, que se desfiliou do partido há um ano em ruptura com André Ventura é o cabeça de lista do círculo de Lisboa da coligação Alternativa 21, que junta o MPT - Partido da Terra e o Partido Aliança. Nuno Afonso foi eleito vereador municipal em Sintra pelo Chega em 2021, retirando a maioria absoluta ao PS, mas depois de deixar o partido manteve o mandato municipal como independente (que não tem pelouros atribuídos). O Partido Aliança foi fundado por Santana Lopes em 2018, mas o presidente da Câmara da Figueira da Foz desfiliou-se em 2021 e voltou a aproximar-se do PSD.

Num vídeo publicado na segunda-feira no TikTok gravado à porta do Juízo Central Cível de Lisboa, depois de entregar a lista de candidatos a deputados no círculo onde vai concorrer contra André Ventura, Nuno Afonso explica que decidiu aceitar o desafio por considerar que à esquerda e, sobretudo, à direita "não havia uma alternativa para se votar".

À esquerda, "o PS apresenta como candidato um dos maiores responsáveis pela crise" que o país atravessa, "o homem que destruiu a habitação, e a TAP injectando milhares de milhões de euros de forma displicente", critica Nuno Afonso sobre Pedro Nuno Santos. E à direita, a sua área política, diz haver muita gente no PSD e no CDS "que não gosta e não queria esta coligação" da Aliança Democrática, que junta PSD, CDS e PPM, e que também não aprecia Luís Montenegro. "Não viam aqui uma verdadeira alternativa."

Nuno Afonso não fala na Iniciativa Liberal, mas atira ao partido que ajudou a fundar em 2019 com André Ventura, depois de ter deixado a militância no PSD. "O circo Chega da direita, que em quase cinco anos de Assembleia da República não conseguiu aprovar nem discutir de forma séria nenhuma das suas propostas (...) na verdade, não representa os seus eleitores", aponta. "E estes precisam de uma representação séria que consiga dialogar com os outros partidos de forma humanista e sensata e que consiga apresentar propostas da direita conservadora e liberal", afirma o candidato, acrescentando que a Alternativa 21 vem colmatar esse vazio.

A aprovação da coligação eleitoral Alternativa 21 junto do Tribunal Constitucional sofreu alguns percalços durante o mês de Janeiro por causa do nome escolhido e das exigências formais, e acabou por só acontecer na passada semana, a uma semana do prazo da entrega das listas de candidatos. Nuno Afonso consegue assim liderar uma lista de candidatos depois de ter entrado em choque com André Ventura, de quem era chefe de gabinete, por o presidente do partido o ter convidado para concorrer nas legislativas antecipadas de Janeiro de 2022 em lugares não elegíveis. Ventura demitiu-o das funções no Parlamento em Maio desse ano.

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