Marinha dos EUA afunda três navios houthis que atacaram cargueiro comercial

Rebeldes iemenitas têm intensificado os ataques contra navios comerciais no Mar Vermelho, dizendo agir em solidariedade com o povo palestiniano em Gaza.

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O USS Gravely, um dos contratorpedeiros usados pelos EUA no mar Vermelho Reuters/KACPER PEMPEL

Helicópteros militares norte-americanos destruíram três pequenos navios dos rebeldes iemenitas houthis no Mar Vermelho este domingo, numa altura de enorme tensão numa das vias marítimas mais importantes para o comércio mundial.

Segundo a Marinha dos EUA, quatro navios militares houthis aproximaram-se durante a madrugada de um navio comercial, o Maersk Hangzhou, abrindo fogo. A tripulação do cargueiro emitiu um pedido de socorro por volta das 6h30 (menos três horas em Portugal continental) deste domingo, quando os homens armados dos navios houthis se preparavam para invadir a embarcação civil.

O pedido de ajuda foi recebido pelo porta-aviões norte-americano USS Eisenhower, que tem patrulhado a região, e foram enviados helicópteros e um contratorpedeiro. Ao chegarem ao local, os rebeldes houthis abriram fogo enquanto os militares norte-americanos emitiam “avisos verbais”.

Os helicópteros “responderam com fogo em auto-defesa, afundando três dos quatro pequenos navios, e matando as tripulações”, disse o Comando Central dos EUA (Centcom). O quarto barco houthi “fugiu do local”, acrescentou o comando norte-americano.

Horas antes, o Maersk Hangzhou já tinha sido atacado por um míssil disparado a partir do território houthi no Iémen. Na altura, o Centcom também enviou ajuda, através de dois contratorpedeiros que abateram dois mísseis balísticos.

Os episódios mostram o recrudescimento da tensão no Mar Vermelho, uma região que se mostra cada vez mais insegura para o tráfego marítimo. A Maersk, uma das maiores empresas comerciais marítimas do mundo, suspendeu as travessias do Mar Vermelho durante 48 horas, com potenciais impactos nas cadeias logísticas e de distribuição.

Segundo o Centcom, o segundo ataque ao Maersk Hangzhou foi o 23.º incidente a envolver investidas dos rebeldes houthis contra navios comerciais desde 19 de Novembro.

Desde Novembro que os houthis, um grupo armado que controla grande parte do território iemenita há vários anos, têm atacado navios comerciais que atravessam o Mar Vermelho. Segundo os rebeldes, que são apoiados pelo Irão, as acções destinam-se a demonstrar solidariedade com o povo palestiniano por causa da guerra de Gaza, mas muitos dos seus alvos não estão ligados directamente a Israel.

As ameaças à segurança no Mar Vermelho estão a pôr em causa as travessias de uma importante rota comercial, fundamental para o comércio entre a Europa e a Ásia. Várias empresas suspenderam as travessias pelo Mar Vermelho, optando por contornar o continente africano, o que terá impacto nos preços de vários produtos.

No início de Dezembro, os EUA e alguns aliados estabeleceram uma força conjunta para intensificar as patrulhas no Mar Vermelho, a Operação Guardião da Prosperidade, e, segundo o vice-almirante Brad Cooper, em entrevista à AP, cerca de 1200 navios comerciais fizeram a travessia sem sofrer qualquer ataque.

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