“Precisamos mesmo de dez lojas de pastéis de nata na mesma rua?”

Deslumbrados com o turismo e com a economia digital, ficamos a assistir à descaracterização da identidade de Lisboa, diz Catarina Portas. Está na hora de os políticos regularem o mercado, alerta.

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RG Rui Gaudêncio - 20 Dezembro 2023 - Catarina Portas fotografada na sua loja A Vida Portuguesa. Portugal. Público Rui Gaudêncio

Deu que falar a notícia, na semana passada, do anunciado fecho da loja A Vida Portuguesa na Rua Anchieta, motivado pelo alargamento ao rés-do-chão da actividade do alojamento local a funcionar no mesmo prédio. A ocasião motivou a fundadora, Catarina Portas, a pedir um debate sobre o “modelo de cidade que queremos”. A empresária, que criou, com o estabelecimento aberto em 2006, um conceito comercial associado à valorização das marcas e dos produtos tradicionais nacionais, tem assistido a uma alteração profunda do Chiado e da cidade, alicerçada no turismo. Com consequências tão radicais, que a afectam agora. Recusando o título de “gentrificadora”, reclama um papel mais interventivo das autoridades, para se inverter a tendência. E isso passa pela tomada imediata de medidas regulatórias. Sob o risco de Lisboa se converter num “parque de diversões”.

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