Greve fecha creches e jardins-de-infância e coloca lares com serviços mínimos

Trabalhadores das Santas Casas de Misericórdia estão esta quinta-feira em greve. Reivindicam o pagamento por parte das Santas Casas das diuturnidades e da remuneração extra por trabalho em feriados.

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Rui Gaudencio/Arquivo

Creches e jardins-de-infância encerrados, lares a funcionar com serviços mínimos. Este é o resultado da greve dos trabalhadores das Santas Casas de Misericórdia, que exigem ser tratados como os restantes trabalhadores do sector social.

Num primeiro balanço feito à Lusa, Catarina Fachadas, do Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal (CESP), disse que a greve que começou à meia-noite desta quinta-feira tem tido impacto um pouco por todo o país. "Há creches e jardins-de-infância encerrados, assim como ERPIS [Estruturas Residenciais para Pessoas Idosas] a funcionar em serviços mínimos", sendo que "muitos destes lares já funcionam, durante o ano, com falta de funcionários", notou.

O protesto desta quinta-feira tem por base o não pagamento por parte das Santas Casas das diuturnidades (uma espécie de compensação que se adiciona ao salário base) e da remuneração extra por trabalho em dia feriado, explicou a sindicalista.

Os trabalhadores exigem às instituições que cumpram a lei e "paguem o que devem" aos funcionários, acusou Catarina Fachadas, lembrando que estes funcionários estão há muitos anos sem aumentos salariais além dos obrigatórios aumentos anuais do salário mínimo nacional.

Os trabalhadores acusam as Santas Casas e a União das Misericórdias Portuguesas (UMP), junto à qual estão a manifestar-se, de não cumprir a portaria publicada há pouco mais de um ano.

O diploma estendeu os direitos dos trabalhadores das IPSS a todos os trabalhadores das Santas Casas de Misericórdia, acabando com a discriminação entre os trabalhadores do sector social, que passaram a ter as mesmas condições de trabalho.

"O custo de vida aumenta e o povo não aguenta" ou "Os salários têm de aumentar" são algumas das frases dos trabalhadores que gritam que "trabalham noite e dia" no sector social, onde "se ganha tão mal".

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