Carneiro desafia Pedro Nuno para listas conjuntas ao congresso - ou avança sozinho

Candidatura de Pedro Nuno Santos não comenta aviso de José Luís Carneiro.

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Pedro Nuno Santos recebeu a passagem de testemunho de António Costa no domingo na sede do PS Daniel Rocha /PUBLICO

José Luís Carneiro ainda não foi contactado por Pedro Nuno Santos sobre a constituição de listas conjuntas para os órgãos do partido que vão a votos no congresso do PS que se realiza entre 5 e 7 de Janeiro. E se isso não acontecer nos próximos dias, irá mesmo avançar com listas suas para a comissão nacional (de onde é depois eleito o secretariado e a comissão política nacional), a comissão nacional de jurisdição e a comissão de fiscalização económica e financeira.

De acordo com informação da candidatura do actual ministro da Administração Interna ao PÚBLICO, a equipa de José Luís Carneiro "ainda não foi contactada para discutir o futuro do partido de forma a assegurar a unidade e a pluralidade" defendidas durante as eleições directas do PS, que se realizaram na sexta-feira e no sábado passados e que elegeram Pedro Nuno Santos como novo secretário-geral.

"Do lado da candidatura de José Luís Carneiro, que representa cerca de 38% dos votos expressos (37,7% sem contar com os votos brancos e nulos), há disponibilidade para conversar, mas, se não for essa a intenção de Pedro Nuno Santos, também há disponibilidade para apresentar listas [concorrentes] a todos os órgãos internos do PS", afirmou ao PÚBLICO fonte da candidatura de Carneiro.

O PÚBLICO questionou a candidatura de Pedro Nuno Santos sobre o assunto, que respondeu não ter "nada a comentar". Nas eleições directas, Pedro Nuno obteve uma votação de 60,83% (24.219 votos), Carneiro teve 37,4% (14.891) e Daniel Adrião ficou-se pelos 0,96% (382 votos); registaram-se 322 votos brancos e nulos.

Na noite eleitoral, quando se deslocou à sede do PS, no Largo do Rato, para fazer a declaração oficial de derrota, José Luís Carneiro garantiu a sua “disponibilidade para trabalhar para o PS” e assim continuar a "servir Portugal". E salientou que "cabe à nova liderança do partido assegurar a unidade e a pluralidade. Estaremos sempre atentos e disponíveis para colaborar no reforço do PS como grande partido da democracia" e de uma "sociedade aberta, plural, livre e democrática".

José Luís Carneiro, que ao início da noite de sábado, quando se contabilizavam as votações das federações que votaram nesse dia com os resultados apurados no dia anterior, telefonou a Pedro Nuno a dar os parabéns pela vitória, estava a deixar o mesmo aviso que nos últimos dias fora sendo feito por personalidades socialistas ligadas a ambos os lados. Ou seja, que a partir desse domingo, independentemente de quem fosse o vencedor, o PS estaria com toda a certeza unido.

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