Calou-se a velha canção georgiana de Otar Iosseliani

O realizador de Pastoral e de Os Favoritos da Lua morreu aos 89 anos. Iosseliani foi um cineasta com horror ao “drástico”, autor de filmes magníficos com raízes profundas na cultura do seu país.

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Otar Iosseliani em 2010, quando esteve em Portugal para participar no Estoril Film Festival Nuno Ferreira Santos
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Quem se lembra de Os Favoritos da Lua, que em meados dos anos 1980 se manteve semanas a fio no Quarteto? O nome de Otar Iosseliani evoca também isso, uma época que já parece longínqua, quando a relação colectiva com o cinema dos bem ou mal chamados “autores” não era uma coisa de nichos cinéfilos, antes um elemento comum, quase banal, da dieta cultural. Comparar o impacto que o nome de Iosseliani teve durante algum tempo – anos 1980, anos 1990 – com a indiferença progressiva com que foram recebidos os seus derradeiros filmes (Chantrapas, de 2010, o último estreado em Portugal, quantos foram ver?) também serve para contar esta história de crescimento de um desinteresse, esta história de uma mudança trágica de hábitos culturais.

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