Fábrica de monstros
Em vários contextos de guerra, massacres, genocídios, existem constantes que passam por desumanizar os inimigos, relegando-os para o lugar de animais considerados repugnantes ou nocivos.
Ainda hoje, quando entro na Biblioteca Nacional de França, passados mais de dez anos, sinto uma estranha sensação de opressão. Vivi ali dentro uma espécie de memória traumática de que o meu corpo se lembra de forma involuntária. Para a minha tese de doutoramento sobre a nossa capacidade de empatia, passei algumas semanas a ler sobre como se fabricam monstros. Como podem pessoas banais transformar-se em verdadeiros monstros morais. Como se pode destruir a empatia, a humanidade de uma pessoa, naturalmente constituída de emoções e comportamentos morais, indispensáveis à sobrevivência dos animais sociais que somos.
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