Viena é a cidade com maior qualidade de vida para expatriados. Lisboa e Porto longe do pódio

Lisboa e Porto ocupam, respectivamente, a 39ª e 55ª posições do ranking da consultora Mercer, que analisou qualidade de vida de expatriados. Crise na habitação e inflação podem explicar o resultado.

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Capital da Áustria é a cidade com mais qualidade de vida para expatriados Adriano Miranda
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Viena, Zurique e Auckland são as três cidades do mundo com maior qualidade de vida para pessoas expatriadas e suas famílias que trabalham fora do país de origem. O ranking da consultora Mercer, autora do estudo, coloca as duas principais cidades portuguesas bem longe do pódio: Lisboa aparece na 39ª posição e o Porto na 55ª.

De acordo com a consultora, esta classificação deve-se, sobretudo, à crise habitacional do país, agravada pela inflação, com uma oferta limitada de imóveis para arrendar e grandes dificuldades em encontrar alojamento a preços acessíveis.

As condições de vida foram analisadas de acordo com 39 factores, agrupados em dez categorias: ambiente político e social, ambiente económico, ambiente sociocultural, considerações médicas e de saúde, escolas e educação, serviços públicos e transportes, lazer, bens de consumo, habitação e ambiente.

Na lista das dez cidades mais bem classificadas há três da Alemanha (Frankfurt, Munique e Dusseldorf, nos 6º, 7º e 10º lugares). Em quarto lugar aparece Copenhaga, na Dinamarca, e em quinto Genebra, na Suíça.

“Os dados da Mercer mostram que os países com uma elevada qualidade de vida proporcionam aos seus cidadãos e expatriados o acesso a excelentes cuidados de saúde, educação, infra-estruturas e serviços sociais, bem como habitação a preços acessíveis”, afirma Tiago Borges, Career Leader da Mercer Portugal, citado num comunicado enviado ao PÚBLICO.

Entre as cidades com mais de dez milhões de habitantes, que embora “sejam locais cobiçados e populares para os expatriados, enfrentam frequentemente um conjunto de desafios em termos de infra-estruturas e de qualidade de vida geral”, o destaque vai para Paris (32.º posição), Nova Iorque (40.º posição) e Londres (45.º posição).

No fundo da tabela aparecem várias cidades africanas, como N'Djamena, no Chade, Bangui, na República Centro-Africana, e Cartum, no Sudão. Vários geografias do Médio Oriente – como Sanaa, a capital do Iémen, e Bagdad, no Iraque – tiveram também avaliações baixas, muito por causa das infra-estruturas e da necessidade de esforços humanitários.

“O cenário global actual é afectado por tensões geopolíticas, desastres naturais e outros desafios económicos, todos eles com implicações significativas para as cidades e para a sua capacidade de atrair e reter talento”, salienta Tiago Borges no comunicado. “Muitos colaboradores estão a reconsiderar as suas prioridades e a avaliar a qualidade de vida que lhes é proporcionada, a eles e às suas famílias, nos lugares onde vivem e trabalham.”

O ambiente importa

Para responder ao crescente interesse das empresas pela sustentabilidade, a Mercer classificou nesta edição do seu ranking de qualidade de vida as cidades mais amigas do ambiente do mundo. “Camberra, Oslo, Adelaide, Helsínquia e Otava obtiveram classificações mais elevadas devido a uma série de esforços recentes em matéria de sustentabilidade, incluindo medidas eficazes para reduzir a poluição atmosférica e melhorar a disponibilidade e a potabilidade da água”.

Esta classificação tem em conta factores como potabilidade da água e sua disponibilidade, remoção de resíduos, esgotos, poluição do ar e tráfego. Neste capítulo, Lisboa e Porto surgem na 45.ª e 67.ª posição, respectivamente.

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