Palcos da semana: Praga em revista, Portátil à porta

Enquanto a Porta dos Fundos se põe a improvisar, O Teatro Praga estreia Bravo 2023!, Pedro Moutinho canta Casa d’Água, encena-se uma vida invisível e é o Fim de Festa para Bettencourt.

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Tiago Bettencourt dá os já "tradicionais" concertos de final de ano DR
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A Porta dos Fundos vem improvisar com Portátil e uma convidada especial Raquel Pellicano
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Marina Mota lidera o elenco de Bravo 2023!, do Teatro Praga Carlos Pinto
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Pedro Moutinho apresenta o novo disco, Casa d’Água Joana Linda
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La Vie Invisible tem estreia nacional em Loulé Christophe Raynaud de Lage
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Bettencourt num Fim de Festa

Para os fãs de Tiago Bettencourt, já vai sendo uma tradição da quadra rumar ao Coliseu dos Recreios. Por uma noite, o circo de Natal tira folga e cede a arena ao concerto especial que o cantautor monta para fechar o ano, sempre com algo diferente na manga. No ano passado, tocou com a Orquestra Clássica do Centro e fez do encontro um álbum ao vivo. Agora, depois de meses passados a tocar com filarmónicas de todo o país, apresenta-se em tom de Fim de Festa.

O ritual, que também se cumpre na Casa da Música do Porto (já esgotada), anuncia-se como um momento em que a música se espraia “de peito aberto, sem formalidades nem rótulos”. “Não será uma peça, nem sequer um concerto normal”, desvenda o comunicado. “Será tudo isto e o seu inverso.”

Inês à porta

O guião fica à porta. Os sketches, se é que lhes podemos chamar isso, são criados na hora, à mercê da vontade do público. Em Portátil, é da perícia improvisadora que se vale a Porta dos Fundos. Portugal já conhece de outras ocasiões o espectáculo em que se rompe a quarta parede e se vislumbra o osso do processo criativo. Não há uma sessão remotamente igual a outra. Mas, agora, o inesperado tem um condão extra.

Se este já é, na descrição da trupe brasileira, um “lugar de invenção, de desdobramento, desenvolvimento dos actores e cumplicidade com a plateia”, o que acontece quando Inês Aires Pereira entra na imprevisibilidade da equação? É ela a convidada desta temporada da peça trazida pelos humoristas-actores Gregório Duvivier, João Vicente de Castro, Gustavo Miranda e o pianista-cúmplice Andrés Giraldo.

Praga e o ano em revista

Ah, o final do ano e seus inevitáveis balanços. Para o Teatro Praga, isso significa lançar Bravo 2023!, um espectáculo “alegre, estouvado, para sacudir os espíritos mais calados e agitar o público com uma revisão que nos faz trautear canções e aplaudir a vida de pé”. Tudo em modo de revista à portuguesa, como o grupo já tinha ensaiado com sucesso em Tropa Fandanga.

Neste anuário “onde tudo pode acontecer” e o alinhamento é comandado pela atribuição de prémios (como o Rabo de Peixona, o Fornadas da Juventude ou os Glóbulos de Ouro), é a experiência da actriz Marina Mota a encabeçar o vasto elenco, em que todos são também co-criadores. Outros contributos incluem as músicas originais de Pedro Mafama, a direcção musical de Alex D’Alva Teixeira e os figurinos de Joana Barrios.

Do fado à canção

No início do ano, Pedro Moutinho teve Casa nova, um EP que na verdade era morada antiga, porque era feito de fados tradicionais. Em Outubro, lançou Água, um segundo momento mais virado para canções e para o palmilhar de outras sonoridades. Agora, juntaram-se os dois num álbum só, Casa d’Água, um todo que funciona como algo mais do que a soma das partes.

Chega aos escaparates na próxima terça-feira, entre um par de concertos marcados para o apresentar, no Porto e em Lisboa, antes de Moutinho sair em digressão. André Dias na guitarra portuguesa, Pedro Soares na viola de fado e Daniel Pinto no baixo acústico acompanham-no ao vivo.

Cenários invisíveis

Qual é “o lugar das imagens na nossa capacidade de compreensão da realidade”? Para tentarem responder a esta questão, Lorraine de Sagazan e Guillaume Poix procuraram respostas junto de quem não vê. Assim nasceu, a partir de testemunhos de pessoas cegas e com deficiências visuais, La Vie Invisible, uma peça criada e encenada por ela, com texto dele, e interpretada por Chloé Olivères, Romain Cottard e Thierry Sabatier.

A estreia nacional acontece em Loulé e é proporcionada pela Odisseia Nacional do D. Maria II. Está integrada no Cenários Futuros, mais um evento (o terceiro) dedicado a “reflectir sobre o país e a cultura” e, ao mesmo tempo, a avaliar o legado deste ano em que o teatro nacional andou atarefado fora de portas, um pouco por todo país. Serão dois dias (15 e 16 de Dezembro) a ocupar vários espaços da cidade algarvia com debates, mesas-redondas, conferências, showcases e outras actividades (mais informações aqui).

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