IL e Chega satisfeitos com sondagem: “Uma maioria de pessoas quer retirar o PS do Governo”

Os liberais e o partido de direita radical, os únicos partidos a falar da sondagem, esperam a construção de uma alternativa de Governo com o crescimento dos partidos da direita nas intenções de voto.

Foto
O liberal Bernardo Blanco lembrou que a IL não está disponível para uma coligação pré-eleitoral. Daniel Rocha
Ouça este artigo
00:00
04:09

A IL e o Chega mostraram-se satisfeitos com os resultados da sondagem de Novembro do Centro de Estudos e Sondagens de Opinião da Universidade Católica (Cesop) para o PÚBLICO, RTP e Antena 1. Os liberais consideram que o resultado mostra “uma maioria de pessoas em Portugal que quer retirar o PS do Governo”. Já o Chega defende que mostra “a força e dinâmica com que a direita está neste momento como alternativa ao PS”. Os restantes partidos não comentam a sondagem.

“Esta sondagem é uma notícia muito boa para a IL, que continua a crescer e praticamente duplica os resultados face às últimas eleições. É um sinal de crescimento muito positivo”, começou por dizer aos jornalistas na Assembleia da República o liberal Bernardo Blanco.

O deputado realça que o resultado “mostra também uma maioria de pessoas em Portugal que quer retirar o PS do Governo”, já que o partido “perde um terço das intenções de voto”. “O país quer uma mudança de Governo e de ciclo de governação”, garante.

O liberal reagia à sondagem do Cesop/Universidade Católica para o PÚBLICO, RTP e Antena 1 divulgada esta terça-feira. De acordo com os resultados, mantém-se o empate entre PS e PSD, mas os partidos do centro perdem apoio dos eleitores. Além disto, Chega e IL crescem nas intenções de voto, assim como PAN e CDS. Já o Bloco e o PCP descem. Questionados pelo PÚBLICO, estes dois partidos disseram que não comentariam a sondagem. PS e PSD ainda não responderam.

Bernardo Blanco vê uma oportunidade no empate técnico entre os dois maiores partidos: “Há, por um lado, esta positividade; esta queda do PS. E, por outro, esta possibilidade de haver uma construção de uma alternativa”.

Os liberais lembram que estão disponíveis para, “no dia a seguir às eleições, se sentarem com o PSD para um entendimento”, mas nunca para formar uma coligação pré-eleitoral. E deixam um desafio ao Chega: “Ou vota a favor de um Orçamento [do Estado] de um novo Governo que inclua PSD e IL, se os eleitores quiserem. Ou vota contra e põe o PS no poder. É a escolha que tem a fazer”.

Direita está com "força e dinâmica", diz Ventura

Em resposta, André Ventura alertou que a sondagem deixa claro que “não vai haver Governo à direita sem o Chega. E terá de haver uma solução de salvação nacional”. “O PSD e IL disseram que não queriam os votos do Chega. Não percebo a questão agora”, continuou o líder do partido.

Ventura destaca ainda “a força e a dinâmica com que a direita está neste momento como alternativa do PS”, já que “todos os partidos à direita chegam perto de 56%”. “Os eleitores já disseram que não querem uma maioria absoluta novamente e que querem uma convergência… É muito provável que queiram mesmo forças alternativas ou a comandar o Governo ou a condicionar o Governo”, continuou.

Os resultados da sondagem trazem “o ânimo” necessário “e esperança de que podemos vencer as eleições”, assumiu o líder do Chega, reconhecendo, contudo, que se situam “a cerca de 10/12 pontos [percentuais do PSD e PS], o que é muito em política”.

A sondagem indica que a maior subida na intenção de voto é no Chega (de 10% em Julho para 16% em Novembro). Segue-se a IL (de 7% para 9%), PAN (de 1% para 2%) e CDS com as mesmas percentagens. Bloco de Esquerda e PCP descem nas intenções de voto, de 7% para 6% e de 4% para 3%, respectivamente.

Quanto ao PS, desde que ganhou as eleições legislativas em 2022, obtendo maioria absoluta, tem vindo a cair nas intenções de voto. O PSD tem-se mantido à volta dos 30%. Por último, a percentagem de pessoas indecisas sobre em quem votar é de 22%.

A sondagem da Cesop foi feita entre os dias 15 e 24 de Novembro, o que inclui os efeitos da crise política iniciada no dia 7 do mesmo mês com a demissão de António Costa em virtude da Operação Influencer, mas não conta com potenciais efeitos do congresso do PSD, realizado no dia 25. O país irá a votos antecipadamente no dia 10 de Março.

Sugerir correcção
Ler 8 comentários