António Costa: “Uma maioria absoluta não é poder absoluto, não é governar sozinho”

Costa afirmou que vai promover diálogo com todas as forças, excepto com o Chega, e que interpretará a vitória com “um voto de confiança”. “A missão é virar a página da pandemia e recuperar todos os sectores afectados”, garantiu.

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António Costa disse que interpretará a vitória com “um voto de confiança" Reuters/PEDRO NUNES

Ainda sem estarem apurados os círculos eleitorais da emigração, o PS terá elegido 117 ou 118 deputados, avançou António Costa na declaração de vitória.

Apesar da maioria absoluta, António Costa deixou garantias: “Uma maioria absoluta não é poder absoluto, não é governar sozinho”, disse. “É governar com e para todos os portugueses. Esta maioria será uma maioria de diálogo com todas as forças políticas que representam os portugueses na sua pluralidade”.

“Os portugueses mostraram um cartão vermelho à ingovernabilidade”, afirmou. “A missão é virar a página da pandemia e recuperar todos os sectores afectados”. Costa afirmou que vai promover diálogo com todas as forças, excepto com o Chega. “Em democracia ninguém governa sozinho”, referiu.

O primeiro-ministro promete um governo “verdadeiramente mais curto”, uma “task-force para a recuperação do país” e que manterá a cooperação institucional com o Presidente da República.

A seguir, o secretário-geral do PS disse que interpretará a vitória com “um voto de confiança, uma enorme responsabilidade pessoal no sentido de promover os consensos necessários na Assembleia da República, em sede de concertação social e no conjunto da sociedade portuguesa”.

E salientou que “a maioria nasceu da vontade dos portugueses” e identificou como “um dos grandes desafios” para a próxima legislatura a reconciliação dos “portugueses com a ideia das maiorias absolutas, e de que estabilidade é bom para a democracia e não uma ameaça para a democracia”.

Costa sublinhou que, durante a campanha eleitoral, teve “a oportunidade de ouvir os portugueses” e sabe que deve, por isso, “interpretar esta vitória como um voto de confiança, como uma enorme responsabilidade pessoal, de promover consenso necessários na Assembleia da República, em sede de concertação social com os diferentes parceiros e no conjunto da sociedade portuguesa”.

O líder socialista afirmou que, depois de seis anos de Governo e dois de luta contra a pandemia da covid-19, é com “muita emoção” que irá assumir a “responsabilidade” que os portugueses lhe confiaram.

O líder socialista fazia a sua declaração de vitória no piso -1 do Hotel Altis, na rua Castilho, em Lisboa, com os militantes na sala a agitarem bandeiras do PS e da JS e a gritarem “vitória, vitória”, e “Costa, amigo, o povo está contigo”.

No discurso, Costa começou por agradecer não só a todos os participantes que contribuíram para a realização do acto eleitoral, como o pessoal das mesas de voto, mas também a todos os “independentes” que apoiaram o PS nesta corrida eleitoral, bem como aos sindicalistas. “Esta foi uma vitória da humildade, confiança e pela estabilidade”, diz António Costa. “Esta noite é muito especial para mim”, assinala.

“Os militantes mais anónimos foram incansáveis nesta campanha eleitoral”, declarou entre aplausos dos presentes. Costa enviou “um grande abraço a Carlos César”, presidente do PS, que por razões de saúde não esteve presente, detalha.

António Costa agradeceu também a Duarte Cordeiro, seu director de campanha, e “a uma simpatizante tão simpatizante que até parecia militante”, a sua esposa, Fernanda Tadeu, presença assídua em praticamente todas as acções de campanha.

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