Os vinhos que marcaram a minha vida: Vincent Farges

O chef detentor de uma estrela Michelin abriu recentemente o seu primeiro restaurante na Península de Setúbal. Eis os vinhos da região que mais o marcaram.

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O chef Vincent Farges abriu o restaurante La Villa, na Aroeeira, em Setembro deste ano. Miguel Manso
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Quem segue os assuntos da gastronomia associa o chef francês, nascido em 1973 em Rillieux-la-Pape, às estrelas Michelin e aos restaurantes Epur, que abriu em 2018 no Chiado, e Fortaleza do Guincho, que o trouxe para Portugal em 2005. Em Setembro deste ano, abriu a sua primeira morada a sul do Tejo, o La Villa, na Aroeira (Almada) – onde, sublinha “não há ambição de entrar em guias”, apenas de “dar boa comida aos clientes, doses generosas e um sítio onde se sintam bem”.

Muito antes de a nobreza do produto se tornar um chavão na boca dos chefs, já Vincent Farges falava da importância de colher o melhor de cada época e de cada local – e os vinhos não são excepção. Eis os da Península de Setúbal que mais o marcaram.

Segredos Laranja Branco 2019, Casa Agrícola Horácio Simões

Escusadas as apresentações, a família Horácio Simões continua, de geração em geração, a proporcionar-nos momentos de convivência e alegria excepcionais. Provei este vinho por engano, para ser honesto, mas fiquei fã desde então. Bons aromas, intensos, excelente mineralidade e volume em boca, leve e fresco ao mesmo tempo. O melhor companheiro de uma tarde à beira-mar com uns petiscos ou peixe grelhado, ainda melhor se for na serra da Arrábida.

Herdade do Perú Private Collection Branco, Herdade do Perú

Uma excelente surpresa e uma grande descoberta. Provei este vinho com um amigo que lá trabalha, o João Pedro, e dificilmente se consegue esquecer os aromas intensos e a qualidade do vinho, típico da região, com boa acidez e mineralidade. Não é para consumir todos os dias, se calhar, mas em grandes ocasiões irá marcar os espíritos, e bem.

Old School Branco 2016, Casa Agrícola Horácio Simões

Mais um vinho da casa Horácio Simões, provado com o Pedro Camacho Simões na adega dele, no meio das barricas e dos segredos delas. Um vinho com pouca produção, fora da caixa e que não é para qualquer um. Adorei. Infelizmente, já tinha esgotado para poder levar umas caixas para casa. Estou à espera do sinal para a próxima produção.

Palácio da Bacalhôa 2014, Bacalhôa

Uma das grandes referências da região. Já tinha provado vários vinhos da quinta antes de chegar a provar, num jantar de amigos, o Palácio da Bacalhôa – um vinho que não mente, um grande tinto de Azeitão. Ideal para quando procuramos um vinho todo-o-terreno, de alta qualidade, que cria momentos inesquecíveis à volta da mesa. Excelente vinho de guarda, mas dificilmente se consegue mantê-lo na garrafeira.

Depoimento recolhido e editado por João Mestre


Este artigo foi publicado no n.º 6 da revista Solo.

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