Chefe da Igreja Protestante alemã demite-se por ter encoberto alegados abusos sexuais

Caso envolveu um antigo funcionário da igreja há mais de duas décadas numa altura em que Annette Kurschus era pastora.

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Annette Kurschus REUTERS/Oliver Berg/Pool

A chefe da Igreja Protestante alemã, com 19 milhões de fiéis, apresentou a demissão nesta segunda-feira na sequência das acusações de que teve conhecimento de alegados abusos sexuais por parte de um antigo funcionário da igreja há vários anos.

“O que inicialmente era apenas um incidente local e regional tornou-se um caso com significado nacional. A situação tomou tais proporções que só me deixam com uma atitude possível para evitar prejudicar a minha igreja: vou demitir-me”, disse Annette Kurschus, que é chefe da EKD, a principal associação de igrejas protestantes da Alemanha, desde 2021.

Um jornal da cidade de Siegen noticiou no início deste mês que um antigo funcionário da igreja que trabalhou na região nos anos 1990, numa altura em que Kurschus era pastora, é suspeito de vários casos de abuso sexual que envolveram rapazes.

Kurschus reiterou no seu comunicado que nunca teve qualquer relação profissional com o funcionário em causa, de cuja família era próxima há vários anos.

“Desejo que tivesse sido tão atenta, treinada e sensível a questões comportamentais há 25 anos tal como me causam hoje alarme”, afirmou, dizendo que a igreja tem analisado casos suspeitos de abusos sexuais, alguns com décadas, desde o início do ano.

O gabinete do procurador-geral de Siegen disse que está em curso uma investigação a alegações feitas por várias pessoas acerca de abusos sexuais cometidos por um músico da igreja nos anos 1980 e 1990.

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