Na Web Summit, três caminhos diferentes para a sustentabilidade

De Portugal à Hungria e aos Estados Unidos, três propostas tecnológicas para o desafio da sustentabilidade em destaque na Web Summit.

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A oitava edição da Web Summit em Lisboa terminou esta quinta-feira, 16 de Novembro LUSA/MIGUEL A. LOPES
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Com o impacto das alterações climáticas na ordem do dia, e na mesma semana em que foi retomada a greve climática estudantil, a sustentabilidade foi novamente um dos temas fortes da Web Summit em Lisboa, cuja oitava edição terminou esta quinta-feira, 16 de Novembro.

O PÚBLICO conheceu as propostas de três startups, uma nacional e duas estrangeiras, presentes na cimeira tecnológica lisboeta.

Greener Act (Funchal, Portugal)

Criada por Philippe Moreau, francês radicado na Madeira, a Greener Act é uma aplicação para quem gosta de viajar. Além de recomendar uma série de restaurantes ou alojamentos sustentáveis no destino, a Greener Act também calcula a pegada ecológica decorrente das emissões do meio de transporte utilizado. Após o cálculo, a aplicação propõe que cada viajante compense o dano ambiental causado com uma contribuição para a plantação de árvores.

A Greener Act também promove um mercado sustentável, difundindo iniciativas como limpezas de praias ou trocas de produtos entre utilizadores. Para Liliana Gonçalves, coordenadora de eventos da startup, este envolvimento da comunidade é importante para o “desenvolver da sensibilidade” individual. Ao PÚBLICO, Sophie Blandy Moreu, assistente de vendas da Greener Act, diz que “Portugal ainda está muito no início”, mesmo que “num bom caminho”.

Compocity (Budapeste, Hungria)

O Compocity, um robô de compostagem interior, transforma resíduos alimentares em “alimentos para o solo”, a serem devolvidos a espaços verdes urbanos. Ao ter uma aplicação associada, é também possível monitorizar visualmente a qualidade do composto obtido.

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Entre as características do produto da startup, Emese Pancsa, fundadora e directora executiva da Compocity, destaca o funcionamento sem produção de odor ou ruído e o baixo consumo de energia, que o distingue face a outros modelos no mercado.

O foco da startup são as empresas. “Passamos muito tempo da nossa vida nos locais de trabalho pelo que o compromisso das empresas com o ambiente é muito importante”, frisa Emese Pancse. A aplicação também fornece relatórios de impacto regulares que podem ser usados no alcance dos objetivos de sustentabilidade de cada empresa.

BluSky (Old Saybrook, Estados Unidos da América)

“Para inverter as alterações climáticas, não basta reduzirmos as emissões, temos de as eliminar”, começa por explicar William Hessert, director executivo da startup americana. Por capturar dióxido de carbono (CO₂) da atmosfera, Hessert compara a BluSky a uma “máquina do tempo”.

O processo começa com a recolha do desperdício de biomassa ou materiais orgânicos. Ao serem expostos a um processo de alta temperatura e pressão, a BluSky transforma o desperdício orgânico em biochar, que Hessert descreve como “um carvão vegetal e um aditivo maravilhoso para o solo. Ao impedir que o dióxido de carbono chegue à atmosfera, BluSky coloca-o no chão, “onde pode ser útil”.

Para William Hessert, o que distingue a BluSky dos restantes métodos de captura de dióxido de carbono (CO₂) é a viabilidade económica do processo.

Texto editado por Pedro Guerreiro

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