Volume de negócios da Sonae supera seis mil milhões até Setembro

As vendas aumentaram 10,4%, mas a margem EBITDA caiu 0,3 ponto percentuais, justificada com a absorção de parte da subida de preços.

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Contexto económico marcado por inflação elevada com reflexos na rentabilidade do negócios da Sonae Jose Sergio
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Nos primeiros nove meses do ano, as vendas consolidadas da Sonae subiram 10%, totalizando 6036 milhões de euros, impulsionadas pela maior área de negócio, a Sonae MC, antes mesmo do período de maior consumo anual, o Natal. A informação é avançada esta quarta-feira pela Sonae (proprietária do PÚBLICO), em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), onde dá conta da criação de uma nova área de negócio, agregada na Sparkfood, focada no investimento “em soluções sustentáveis e saudáveis no sector alimentar”, e que já adquiriu quatro empresas estrangeiras.

Referindo-se ao terceiro trimestre, a presidente executiva do grupo, Cláudia Azevedo, destaca que “o contexto macroeconómico continuou a ser marcado pelos efeitos da instabilidade geopolítica, da subida das taxas de juro e de uma inflação persistente, embora em desaceleração”.

E é esse contexto, que levou “a esforços contínuos dos negócios de retalho para absorver as pressões inflacionistas e apoiar os seus clientes e o um menor contributo dos resultados da actividade de gestão de portefólio, sem transacções relevantes no período”, que é apresentado como explicação para a evolução menos positiva da margem EBITDA (resultado antes de juros, impostos, depreciação e amortização), que caiu, em termos homólogos, 0,3 pontos percentuais. Contudo, o EBITDA total cresceu 7%, para 581 milhões de euros.

Em queda ficou também o resultado líquido atribuível aos accionistas, que atingiu 135 milhões de euros, menos 35,7% face aos 210 milhões de euros registados em igual período do ano passado. A queda do resultado líquido traduz “o esforço para apoiar as famílias e o aumento dos custos de financiamento e dos impostos, bem como o aumento das depreciações devido ao investimento na expansão e digitalização dos negócios”, lê-se no comunicado.

Até Setembro, o investimento consolidado atingiu 467 milhões, aumentando 11% com expansão orgânica dos negócios e aquisições.

Nos diferentes negócios, agora num total de oito, com a criação da Sparkfood, a MC continua a destacar-se, com as vendas a ultrapassarem os 4,8 mil milhões de euros nos primeiros nove meses do ano (mais 11,8% face ao período homólogo). Houve crescimento também no volume de negócios da Worten, que atingiu 880 milhões de euros (mais 5,2% face ao mesmo período de 2022), com o canal online a representar mais de 15%, e na Sierra, com “um aumento de 50% em termos homólogos do resultado directo, para 48 milhões de euros, e a um aumento de 21% no resultado líquido, para 54 milhões de euros.

Já no retalho de moda, as vendas das marcas da Zeitreel caíram 4%, para 266 milhões de euros.

A Bright Pixel, na tecnologia, conta com mais de 40 empresas de todo o mundo, e reforçou alguns dos investimentos actuais que conduziram a um ligeiro aumento do NAV (valor líquido do activo), para 332 milhões de euros, e do capital investido no portefólio activo, para 167 milhões de euros. Desde o início do ano, a Bright Pixel investiu um montante total de 33,5 milhões de euros na aquisição de seis novas empresas.

Nos serviços financeiros, "as equipas da Universo continuaram a trabalhar no desenvolvimento da parceria com o Bankinter Consumer Finance para a criação de um novo player de referência no crédito ao consumo em Portugal, que deverá estar concluída antes do final do ano".

Nas telecomunicações, o volume de negócios da Nos cresceu 6,9% em termos homólogos, para 408 milhões de euros. E "nas novas avenidas de crescimento”, os indicadores de actividade da Sparkfood limitam-se ao capital investido, no montante de 110 milhões de euros, na compra de cinco empresa e cinco startups.

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