Pink vai oferecer exemplares de livros proibidos durante tour na Florida

No total, serão distribuídas duas mil cópias de quatro livros. A cantora juntou-se à organização de escritores Pen America para combater a onda de censura que tem afectado alguns estados dos EUA.

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Cantora disse que não pretende "ficar parada enquanto os livros são proibidos nas escolas" RITZAU SCANPIX DENMARK/REUTERS
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Dois mil exemplares de livros que foram proibidos na Florida, nos Estados Unidos, vão ser distribuídos pelos fãs durante a tour de Pink, que passará por Miami e Sunrise, também naquele estado. A cantora juntou-se à organização de escritores Pen America, que se dedica à defesa da liberdade de expressão dos autores, em forma de protesto contra a onda de censura que se instalou em alguns estados norte-americanos.

O jornal britânico Guardian avança que foram quatro os livros escolhidos: The Family Book, de Todd Parr, Beloved, de Toni Morrison, Girls Who Code, de Stacia Seutsch, e The Will We Climb, um poema recitado por Amanda Gorman durante a cerimónia de posse do Presidente norte-americano, Joe Biden.

Segundo a Pen America, no ano lectivo 2022/23 foram registados 3362 casos de proibição de livros em escolas públicas dos EUA, sendo que mais de 40% dos casos aconteceram na Florida.

Pink disse que não pretende "ficar parada enquanto os livros são proibidos nas escolas", já que "os livros sempre [lhe] suscitaram uma alegria especial desde que era criança". "Não consigo imaginar os meus próprios pais dizerem-me o que os meus filhos podem ou não ler, quanto mais os pais de outra pessoa ou alguém que nem sequer tem filhos a decidir o que os meus filhos podem ler", justificou, durante um directo na rede social Instagram.

Só da autoria de Toni Morrison foram cinco os livros retirados das prateleiras em 30 distritos da Florida. Beloved, que fala sobre uma família escravizada, foi retirado das bibliotecas e escolas em oito distritos escolares do estado norte-americano.

Já o poema The Will We Climb foi retirado, em Maio, de uma escola primária em Miami, depois da denúncia de uma mãe. Descobriu-se, mais tarde, que Daily Salinas estava associada à Moms of Liberty (Mães pela Liberdade, numa tradução livre para português), um grupo que procura banir das escolas e bibliotecas os livros que falem sobre orientação sexual e racismo.

A proibição de livros surge na sequência da lei Don't Say Gay ("Não digas Gay"), cujo objectivo é proibir a educação sobre a orientação sexual ou identidade de género.

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