Calor faz consumo energético atingir o mais alto valor da história no Brasil

Temperaturas elevadas no Brasil fazem disparar o uso de sistemas de ar condicionado e reduzem a produtividade em diversos sectores. São Paulo voltou a registar o dia mais quente do ano.

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Calor intenso atraiu milhares de pessoas às praias da zona Sul do Rio de Janeiro no domingo Reuters/RICARDO MORAES

A nova onda de calor que atinge o Brasil, sobretudo as regiões Sudeste e Centro-Oeste, fez com que o país atingisse na tarde desta segunda-feira um novo recorde nacional de consumo de energia eléctrica. De acordo com o Operador Nacional do Sistema Eléctrico, foi alcançado um recorde na procura instantânea de carga do Sistema Interligado Nacional (SIN), às 14h17, quando se atingiu o patamar de 100.955 megawatts (MW).

Foi a primeira vez na história do SIN em que a carga ultrapassou a marca de 100.000 MW. A marca anterior era de 97.659 MW, medida em 26 de Setembro deste ano.

Quando o recorde foi batido no Brasil, o atendimento à carga era feito por 6. 649 MW de geração hidráulica (61,1%), 10.628 MW de geração térmica (10,5%), 9284 MW de geração eólica (9,2%), 8505 MW de geração solar centralizada (8,4%) e 10.898 MW de geração solar proveniente de micro e minigeração distribuída (10,8%).

Nesta segunda-feira, o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) emitiu um novo aviso, prolongando até sexta-feira (17) o alerta vermelho de tempo quente. As temperaturas devem estar pelo menos 5 graus Celsius acima da média por um período mais longo do que cinco dias.

A cidade de São Paulo voltou a ter o dia mais quente do ano. De acordo com o Inmet, houve o registo de 37,4 graus Celsius às 15h na estação meteorológica do Mirante de Santana, na zona Norte da capital paulista.

Impacto nas actividades económicas

As ondas de calor que têm sido mais frequentemente registadas no país não provocam apenas desconforto térmico. Estes fenómenos têm impactos em diversas actividades da economia, que começam a colocar em prática medidas de contingência já existentes e planeiam novas adaptações para um cenário de aquecimento prolongado.

Entre os principais impactos, especialistas destacam o aumento dos custos com energia, pelo maior uso do ar condicionado, a perda de eficiência do sector agrícola e da aviação.

No dia 10 de Novembro, o Operador Nacional do Sistema Eléctrico actualizou a projecção de Novembro para um crescimento de 11,0% frente a igual mês de 2022, a 79.780 megawatts médios (MWm), contra 10,6% estimados na semana anterior.

Reservatórios das hidroeléctricas

A entidade também reviu em alta a previsão das chuvas que deverão chegar às centrais hidroeléctricas da região Sul em Novembro. Em contrapartida, reviu em baixa a estimativa de precipitação para as afluências na região Norte.

Segundo o boletim, as chuvas que deverão chegar aos reservatórios de centrais do Sul foram estimadas em 437% da média histórica em Outubro, ante 384% previstos na semana anterior.

Para as outras regiões, a previsão é de afluências abaixo da média histórica, com 52% no Norte (a média é de 68%), 43% no Nordeste (a média é de 32%) e 88% no Sudeste/Centro-Oeste (113% anteriormente).

O nível dos reservatórios do Sudeste/Centro-Oeste, o principal para armazenamento das hidroeléctricas, deve chegar a 66,3% ao final de Novembro, um pouco abaixo dos 69,9% previstos na semana anterior.

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