Ex-coronel ucraniano implicado na sabotagem do gasoduto Nord Stream

Investigação do Washington Post e da Der Spiegel indica que o plano foi autorizado pela liderança militar ucraniana e não passou pelo Presidente, Volodymyr Zelensky.

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As explosões terão sido provocadas por uma equipa de seis mergulhadores Reuters/DANISH DEFENCE COMMAND
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Uma investigação do jornal norte-americano Washington Post e da Der Spiegel, publicada neste sábado, aponta como coordenador operacional da sabotagem no gasoduto russo Nord Stream​, em Setembro de 2022, o coronel ucraniano Roman Chervinsky.

Chervinsky, de 48 anos, um ex-oficial das Forças de Operações Especiais da Ucrânia, foi detido em Abril, em Kiev, devido ao seu envolvimento numa outra operação secreta, em 2022, que também não teria sido validada pelo Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky — uma tentativa de aliciamento de um piloto russo para desertar, um plano que acabou por fracassar e que resultou num ataque da Rússia contra uma base aérea ucraniana.

Num comunicado enviado pelo seu advogado, Chervinsky nega “todas as especulações” sobre o seu alegado envolvimento no ataque contra o gasoduto e diz estar a ser alvo de propaganda russa”.

De acordo com a investigação, o ex-coronel ucraniano não foi o principal responsável pela sabotagem, nem planeou a operação, mas foi ele quem coordenou uma equipa de seis mergulhadores que colocou explosivos no gasoduto.

Segundo o Post e a Spiegel, a sabotagem do Nord Stream​ e outras operações que terão contado com a participação de Chervinsky — incluindo planos para assassinar líderes separatistas pró-russos e para sequestrar uma testemunha que poderia corroborar a responsabilidade da Rússia no abate do voo MH17 da Malaysia Airlines, em 2014 — passavam pelo crivo do chefe do Estado-Maior das Forças Armadas da Ucrânia, o general Valery Zalujny, mas não chegavam a Zelensky.

Numa entrevista ao Washington Post, em Junho, Zalujny negou qualquer envolvimento da Ucrânia na sabotagem do gasoduto.

No artigo publicado neste sábado, Chervinsky é retratado pelos seus apoiantes como um herói que estava disposto a fazer todos os possíveis para defender a integridade territorial da Ucrânia. “Para alguns deles, Chervinsky é um símbolo das escolhas difíceis que os militares ucranianos estão dispostos a fazer pela sobrevivência do seu país”, escreve o Post.

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