Sindicato dos Enfermeiros Portugueses desconvoca greve

Paralisação estava marcada para sexta-feira, mas deixou de fazer sentido pois o executivo está “em funções de gestão”, diz estrutura sindical.

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Demissão de António Costa levou enfermeiros a desconvocar greve Rui Gaudencio

O Sindicato dos Enfermeiros Portugueses desconvocou a greve de sexta-feira por considerar que o motivo da paralisação, que pretendia pressionar o Governo a negociar soluções para estes profissionais, deixou de fazer sentido, pois o executivo está “em funções de gestão”.

Em comunicado, o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) explica que a greve decretada para sexta-feira visava pressionar o Ministério da Saúde a agendar uma reunião para negociar soluções para os vários problemas dos enfermeiros, desde a contagem de pontos à reposição da paridade salarial entre a carreira de enfermagem e a carreira técnica superior da administração pública.

O pedido de demissão do primeiro-ministro, na terça-feira, que foi aceite pelo Presidente da República, determinou que o actual Governo deixasse de estar na plenitude das suas condições para governar. Ou seja, o Governo está "em funções de gestão, refere o SEP.

Estas novas circunstâncias, que levaram o Governo a desconvocar reuniões negociais agendadas com outras estruturas sindicais, tornaram irrealizável o objectivo da greve decretada para dia 10 de Novembro, acrescenta.

O SEP insiste, contudo, que os problemas dos enfermeiros vão agudizar-se e requerem soluções" e diz que, em função do novo quadro político que o Presidente da República vier a decidir e anunciar, reajustará o seu plano de intervenção e luta.

Aproveita ainda para apelar à participação dos enfermeiros na manifestação de sábado, em Lisboa e no Porto, convocada pela CGTP.

A greve nacional de sexta-feira tinha sido convocada em 19 de Outubro.

Na altura, o SEP apontou como motivos o agravamento das condições de trabalho, a desregulação dos horários de trabalho, a sobrecarga horária, a perda de paridade da carreira de enfermagem com a carreira técnica superior da administração pública, a não conclusão dos processos de avaliação e a ausência de medidas de retenção de enfermeiros no Serviço Nacional de Saúde.

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