Enfermeiros iniciam greve ao trabalho extraordinário até ao final do ano

Greve vai durar até ao fim do ano. Entre as reivindicações, o Sindepor pede a integração imediata nos quadros de todos os enfermeiros com contratos de trabalho válidos.

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Manifestação de enfermeiros junto ao Parlamento, em Outubro de 2021 DIOGO NERY/PUBLICO ARQUIVO

Enfermeiros iniciam esta sexta-feira, 3 de Novembro, uma greve ao trabalho extraordinário, convocada pelo Sindicato Democrático dos Enfermeiros de Portugal (Sindepor), para exigir a correcção de desigualdades na carreira, protesto que se deverá prolongar até ao final do ano.

A greve arrancou às 0h desta sexta-feira e decorre até às 24h de 31 de Dezembro, abrangendo o sector público em todo o país.

Entre as reivindicações associadas à greve, o Sindepor pede a integração imediata nos quadros de todos os enfermeiros com contratos de trabalho válidos e o cumprimento das chamadas "dotações seguras", através da admissão imediata de enfermeiros, bem como "a consagração efectiva da autonomia das instituições para contratarem".

Os enfermeiros reclamam também a concretização da regularização e da abertura de concursos para todas as categorias, nomeadamente enfermeiro, enfermeiro especialista e enfermeiro gestor, assim como para as funções de direcção, "aliada à justa aplicação legal da contagem de pontos a todos os enfermeiros para efeitos de progressão na carreira".

O objectivo do sindicato é discutir estes pontos com o Ministério da Saúde, num processo negocial para uma carreira de enfermagem "aplicável de igual forma, que valorize a profissão, corrija desigualdades, injustiças e as discriminações actuais".

O intuito é que seja incluída "a compensação do risco, desgaste rápido e penosidade inerente à profissão e nomeadamente através da atribuição de subsídio de risco e condições específicas de acesso à aposentação sem penalizações", referem em comunicado.

Defendem ainda uma revisão da tabela salarial, não só em "valores pecuniários", como também à sua estrutura e progressões, e reivindicam um modelo de avaliação do desempenho "justo, transparente e exequível, que considere as especificidades da profissão e promova o desenvolvimento profissional e salarial dos enfermeiros".

Além da greve convocada pelo Sindepor, está a decorrer desde segunda-feira uma outra greve às horas extraordinárias, apenas em Portugal continental, convocada pelo Sindicato Nacional dos Enfermeiros (SNE) até 25 de Novembro.

Num balanço dos primeiros três dias de greve, o SNE apontou uma "elevada adesão" daqueles profissionais de saúde, destacando também o "cumprimento escrupuloso" dos serviços mínimos.

Para o dia 10 de Novembro, o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses anunciou uma greve nacional contra os problemas existentes no Serviço Nacional de Saúde e para exigir soluções ao Ministério da Saúde.

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