Gigante de escritórios partilhados WeWork vai declarar falência nos EUA e no Canadá

As operações nas filiais fora dos dois países “vão continuar como habitualmente”. A falência deve-se a perdas financeiras, necessidades de liquidez e diminuição do número de inquilinos.

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A 1 de Novembro, a agência de notação financeira Standard and Poor's anunciou que tinha baixado a notação do grupo para "incumprimento parcial" Reuters/KATE MUNSCH

O gigante norte-americano dos escritórios partilhados WeWork, em sérias dificuldades há vários anos, anunciou nesta segunda-feira, 6 de Novembro, que vai declarar falência para negociar com os credores uma redução "significativa" da dívida e reestruturar as actividades.

O processo não afecta as filiais fora dos Estados Unidos e do Canadá, acrescentou o grupo, em comunicado, afirmando que as "operações globais vão continuar como habitualmente".

No início de Agosto, a WeWork avisou a entidade reguladora da bolsa norte-americana que temia pela sobrevivência: "Há dúvidas substanciais sobre a capacidade da empresa para continuar em actividade", afirmou então.

Segundo a empresa, as causas são as perdas financeiras, as necessidades de liquidez e a diminuição do número de inquilinos. A empresa explicou que tinha perdido milhares de milhões de dólares nos primeiros seis meses de 2023, devido a uma queda da procura ligada às más condições económicas.

A 1 de Novembro, a agência de notação financeira Standard and Poor's anunciou que tinha baixado a notação do grupo para "incumprimento parcial", depois de a WeWork ter comunicado problemas com o pagamento dos juros da dívida.

Outrora uma startup de referência, a WeWork angariou milhares de milhões de dólares do grupo japonês SoftBank. Mas a gestão controversa do fundador, Adam Neumann, preocupou os investidores, que acabaram por o destituir em 2019.

Depois, a pandemia de covid-19 esvaziou os escritórios e a empresa não conseguiu recuperar, uma vez que a procura de instalações comerciais caiu a pique com o aumento do teletrabalho.

O grupo chegou a ser avaliado em 47 mil milhões de dólares (43,8 mil milhões de euros).

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