Nova Iorque, cidade encantadora

O leitor Helder Taveira passou nove dias na cidade norte-americana e concluiu que é fantástica.

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Vista de Nova Iorque Helder Taveira
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Nova Iorque também é uma cidade de parques e jardins Helder Taveira
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A Estátua da Liberdade é um dos ícones de Nova Iorque Helder Taveira
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A minha viagem a Nova Iorque foi excelente, excedendo todas as minhas expectativas. É uma cidade extraordinária! Uma mistura de sons e de imagens, uma verdadeira descoberta a cada esquina, que activa os cinco sentidos. Cenário de centenas filmes, agrada a pessoas com gostos completamente diferentes, tal é a oferta de entretenimento.

Recebe bem os turistas, oferece atracções para pessoas de todas as idades. Ideal para quem gosta de programas culturais, de musicais, de actividades ao ar livre, paisagens urbanas paredes meias com o recato dos jardins. Poucos lugares no mundo têm o potencial de agradar tanto, a tanta gente.

Ao lado de arranha-céus, que nos transportam para uma das maiores metrópoles do mundo, encontramos parques arborizados, onde se cruzam pessoas de todo o mundo e culturas, cidade ecléctica, como não haverá igual. Os arranha-céus, parte integrante do cenário da cidade, são também um local a visitar. O Empire State, que já foi o mais alto do mundo, ou o Top of the Rock são ideais para apreciar a grandiosidade da cidade.

Quem não dispensa museus, pode visitar, entre outros, o MET (Metropolitan Museum of Art), o MoMa (Museu de Arte Moderna), o Guggenheim ou o Museu de História Natural, mesmo ao lado do Central Park, sem dúvida um local a não perder. Impressiona a quantidade de informação relativa à fauna e flora. A principal atracção são os fósseis dos dinossauros, que nos fazem sentir passageiros numa verdadeira viagem no tempo.

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Nova Iorque Helder Taveira

O Central Park é um verdadeiro oásis na cidade. Muitas pessoas aproveitam o espaço e aí correm, andam de bicicleta ou passeiam, calmamente, pelo relvado junto aos pequenos lagos e riachos. Por momentos, esquecemos que estamos numa grande cidade. Muito visitado também é o espaço Strawberry Fields, lugar acolhedor em homenagem a John Lennon e que foi inaugurado no dia em que se comemoraria o seu 45.º aniversário, em 1985, cinco anos após a sua morte.

A visita à Estátua da Liberdade e à ilha Ellis é uma experiência inolvidável. Numa viagem de cerca de dez minutos, saindo de Battery Park, temos uma vista soberba para Brooklyn e Manhattan. Passamos depois pela ilha Ellis, onde no século XIX e início do século XX desembarcaram milhões de pessoas que fugiam da fome e miséria nos seus países e vinham em busca de uma vida melhor. Traziam dentro de si todos os sonhos do mundo e, sem dúvida, ajudaram a crescer esta grande nação.

A Biblioteca Pública, de acesso gratuito - quando perguntei o preço para entrar, o porteiro, de forma simpática disse-me: “It's your home, sir” -, é um edifício imponente, magnífico por dentro e por fora. Construído em 1911, em mármore branco, impressiona pela beleza dos seus tectos e pelas escadarias. Foi cenário de alguns filmes, designadamente de O Caça Fantasmas.

A Times Square, cujo nome remonta à altura em que o jornal Times para aqui se mudou, fervilha de vida e animação a qualquer hora do dia. De Manhattan até Coney Island de metro, numa viagem de cerca de 40 minutos (saindo de Manhattan e com o preço de 2,75 dólares), chegamos a um lugar de veraneio, procurado por muita gente, com uma praia agradável e um grande parque de diversões, muito do agrado das crianças e adultos.

Foi para mim comovente passar pelo One World Trade Center e ver o memorial às vítimas do atentado de 2001. O edifício que substituiu as antigas torres gémeas impressiona pelo seu tamanho e estilo. Atravessar, caminhando, a ponte Brooklyn, sobre o rio East, considerada uma das mais antigas pontes de suspensão nos Estados Unidos e que liga Manhattan e Brooklyn, é uma experiência agradável. Um cartão postal mundialmente famoso.

Não poderia sair de Nova Iorque sem assistir a um espectáculo na Broadway. A oferta é muita, e a escolha recaiu sobre a peça Chicago. Excelentes dançarinas e actrizes fazem-nos passar uma noite inesquecível.

Faz parte do imaginário de muita gente o bairro Bronx, retratado em muitos filmes, como sendo violento e de má fama. Fui lá de metro e em momento algum me senti inseguro. As paredes cheias de graffiti, pessoas que passam pela rua com olhar alheado da realidade e a falar sozinhas fazem-nos concluir que é um bairro com muitas carências sociais.

Nova Iorque é uma cidade cosmopolita como não haverá igual. Sinal disso é sem dúvida passear pela China Town e pela Litte Italy e, por momentos, esquecemos que estamos em Nova Iorque.

Tive o privilégio de ter como “guia” o amigo Duarte e a esposa Daniele. O Duarte, que vive em Nova Iorque há mais de 30 anos, conhece a cidade como ninguém e com eles conheci também os locais menos frequentados pelos turistas. Por exemplo, Williamsburg ou Chelsea são bairros de contrastes. Desse lado do rio, a vista sobre Manhattan é soberba.

Chelsea é um dos bairros mais antigos de Nova Iorque, ganhou os seus ares artísticos por causa do Theater District, construído no local. Coincidentemente, passei por esta zona a 21 de Julho de 2023, dia que faleceu Tony Bennet, e fiz uma fugaz visita ao Bar Blue Note Jazz Club, muito conhecido na noite nova-iorquina e onde este famoso cantor encantou com a sua voz fabulosa.

Nova Iorque, mais concretamente Manhattan, conhece-se, caminhando. É uma cidade plana e de fácil circulação. Em nove dias, caminhei cerca de 160 quilómetros!

Nova Iorque, cidade fantástica!

Helder Taveira, Ribeira Grande, com Duarte Mesquita e Daniele

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