Brasil investiga morte de chefe indígena que denunciou desflorestação

Tymbektodem Arara falou à ONU sobre a luta do povo Arara contra mais de duas mil invasões de terras protegidas de Cachoeira Seca, no estado do Pará. Foi encontrado morto 16 dias depois.

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A Polícia Federal do Pará confirmou à agência de notícias France-Presse a abertura de um inquérito Reuters/NACHO DOCE

As autoridades brasileiras estão a investigar a morte de um chefe indígena que aconteceu pouco depois de este ter denunciado à ONU a desflorestação e invasão de terras, informou a polícia na terça-feira.

Em 28 de Setembro, Tymbektodem Arara falou ao Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas sobre a luta do povo Arara contra mais de duas mil invasões de terras protegidas de Cachoeira Seca, no estado do Pará (norte).

"Viemos aqui para exigir que se respeite nossa vida e nosso território", disse, num vídeo transmitido durante a 54.ª sessão do Conselho, com sede em Genebra.

Tymbektodem Arara tinha alertado para a desflorestação do território e sublinhado que as invasões eram uma consequência da instalação da barragem hidroeléctrica de Belo Monte, inaugurada em 2016, no Pará.

O chefe indígena foi encontrado morto 16 dias depois no rio Iriri, no mesmo estado, apresentando sinais de afogamento, noticiou a imprensa local. A organização não-governamental Conectas Direitos Humanos disse que o homem tinha 40 anos.

A Polícia Federal do Pará confirmou à agência de notícias France-Presse a abertura de um inquérito.

Limitada pelo rio Iriri, a terra indígena de Cachoeira Seca tem uma área de 7340 quilómetros quadrados e é habitada por 88 membros do povo Arara, de acordo com dados do Instituto Socioambiental brasileiro.

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