Copérnico revela mapa da Europa em aviso de seca agrícola no início de Outubro

Índice tem em conta a precipitação, a humidade do solo e a produtividade vegetal. Bacia do rio Sado e cordilheira algarvia particularmente afectadas, mostra mapa.

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Mapa mostra o aviso de seca agrícola para parte da Europa (imagem editada) Serviço de Gestão de Emergências do Copérnico/União Europeia
Mapa mostra o aviso de seca agrícola para parte da Europa
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Mapa mostra o aviso de seca agrícola para parte da Europa (imagem original) Serviço de Gestão de Emergências do Copérnico/União Europeia
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O Verão quente e seco de 2023 que afectou a Europa continuou a ter impacto dias depois da entrada do Outono. Durante os primeiros dez dias de Outubro, 35,6% do território dos 27 estados da União Europeia mais o Reino Unido estava em aviso de seca agrícola e 1% daquele território estava em estado de alerta. Parte do Sul de Portugal encontrava-se naquela situação, de acordo com um mapa produzido pelo Observatório de Seca Europeu (OSE), do Serviço de Gestão de Emergências do Copérnico.

O índice medido que permitiu produzir aquele mapa chama-se indicador de seca combinada. Esta medição é “usada para detectar e monitorizar áreas que ou estão a ser afectadas pela seca agrícola ou têm o potencial de virem a ser afectadas pela seca agrícola”, explica o OSE. A seca agrícola é um dos três tipos de seca que costumam ser medidos, os outros dois são a seca meteorológica (a nível de precipitação e do solo) e a seca hidrológica (avalia as reservas hídricas).

Neste caso, o indicador de seca combinada tem em conta o índice de precipitação, a humidade do solo e um indicador que avalia o crescimento da vegetação, quer seja natural, quer seja agrícola, através de dados de satélite. “O stress hídrico das plantas causado pelo efeito da seca afecta a capacidade da cobertura vegetal de interceptar a radiação solar, reduzindo assim o rácio de crescimento da vegetação”, adianta o OSE.

A partir desta medição é possível classificar o estado de seca agrícola de um território, onde a cor branca indica que não há seca, a cor amarela dá um estado de “observação” e indica que houve menos precipitação do que o normal, a cor laranja é já um “aviso”, indicando que, além da pouca precipitação, o solo tem falta de humidade. No patamar mais grave surge a cor vermelha, aqui já se entra em estado de “alerta”: além da falta de chuva e de humidade do solo, a vegetação “mostra sinais de stress”, explica o OSE.

De acordo com o mapa, que não contempla os arquipélagos dos Açores, da Madeira e das Canárias, nos primeiros dias de Outubro uma boa parte da Europa Central e do Leste apresentavam a cor laranja, de “aviso”. Embora a maior parte da Península Ibérica surja a cor branca, boa parte da região da bacia do Sado e da cordilheira montanhosa do Algarve aparecem em amarelo e vermelho, revelando situações de stress hídrico da vegetação.

Os dados mais recentes do índice de seca meteorológica em Portugal continental mostravam, no final de Setembro, que 0,3% do território estava na classe de chuva fraca, 44,8% estava normal, 11,3% estava numa situação de seca fraca, 26,6% em seca moderada e 17% estava em seca severa, de acordo com o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA). A região a Sul do rio Tejo era a mais afectada.

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