Norte de Portugal e Galiza juntam 1,4 milhões de euros para reduzir microplásticos

Projeto BlueWWater tem um período de intervenção até Agosto de 2026 e visa o controlo, seguimento e avaliação de microplásticos em águas residuais urbanas e na costa transfronteiriça.

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Acção também quer contribuir "para uma mudança de atitude e de hábitos da sociedade, por exemplo fomentando a redução do consumo de produtos de uso unitário e único" GettyImages

Onze entidades do Norte de Portugal e da Galiza receberam luz verde para o projeto BlueWWater, com uma comparticipação de um milhão de euros para tratar e reduzir microplásticos e contaminantes em águas residuais urbanas e na costa transfronteiriça.

A informação foi divulgada esta quarta-feira pela Câmara Municipal de Vila Nova de Cerveira, que participa no consórcio com o Aquamuseu do Rio Minho, a par da Comunidade Autónoma da Galiza, em Espanha, das universidades do Porto e de Santiago de Compostela, da Empresa de Águas e Energia do Porto ou da Câmara de Viana do Castelo.

"Com um custo elegível de 1,4 milhões de euros, o projecto foi aprovado pelo Comité de Gestão do Programa de Cooperação Interreg VI A España-Portugal 2021-2027, com uma comparticipação FEDER [Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional] de cerca de um milhão de euros", indica o município de Vila Nova de Cerveira, no distrito de Viana do Castelo.

O projecto, com "um período de intervenção até Agosto de 2026", tem como objectivo "o controlo, seguimento e avaliação das emissões de microplásticos e contaminantes emergentes no meio aquático".

Isto, "através de um estudo de eficiência das estações de tratamento de águas residuais urbanas em ambas as regiões e do risco ambiental destes contaminantes".

"Para o efeito, prevê-se a elaboração e optimização de metodologias analíticas de alto rendimento que facilitem a determinação desses contaminantes, organizando também um exercício de comparação interlaboratorial para colaborar com outras entidades na validação destas metodologias", acrescenta.

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O PQ explica e descomplica.

Pedro Guerreiro,Claudia Carvalho Silva,Carolina Pescada

Para "garantir um uso sustentável dos recursos hídricos", o consórcio "BlueWWater" vai ainda propor a implementação de "estudos experimentais para avaliar o potencial de reutilização da água tratada para fins agrícolas, bem como dar o seu contributo para a implementação de uma nova normativa comunitária (Directiva Quadro da Água e Directiva Quadro sobre a Estratégia Marinha)".

Por outro lado, o projecto vai trabalhar para "impulsionar, consolidar e dinamizar a rede de colaboração transfronteiriça criada no âmbito do projecto "NOR-WATER", reunindo os actores relacionados com a gestão da qualidade de águas num fórum de diálogo e de colaboração que permitirá impulsionar sinergias e criar oportunidades de iniciativas de Investigação, Desenvolvimento e Inovação na área da Cooperação".

"Grande parte dos beneficiários do "BlueWWater" acumulam uma ampla experiência de cooperação transfronteiriça noutros projectos como TEAM Minho, Natura-Minho, MIGRA MIÑO-MINHO, entre outros", refere a autarquia.

Já a integração do Aquamuseu do Rio Minho no consórcio "permitirá partilhar conhecimentos como base para a realização de actividades de Educação Ambiental com as escolas e a comunidade em geral, tendo como tema central os impactos dos plásticos no meio ambiente como na saúde".

A intenção é contribuir "para uma mudança de atitude e de hábitos da sociedade, por exemplo fomentando a redução do consumo de produtos de uso unitário e único".

O investimento total elegível para a actividade do Aquamuseu do Rio Minho é de quase 35 mil euros, tendo conseguido uma comparticipação FEDER de 75%, ou seja, mais de 26 mil euros, diz a autarquia de Vila Nova de Cerveira.

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