A devoção à borracha continua a resistir em Humaitá

Nenhum produto da floresta tropical foi tão marcante na Amazónia como a borracha. Os tempos de glória e escravidão ficaram no passado e hoje a actividade está de volta, em nome da defesa da floresta.

Foto
NELSON GARRIDO
Ouça este artigo
00:00
18:17
  • Siga aqui a série Amazónia: o combate decisivo

Seria magia, se na Amazónia a natureza não fosse um lugar dado a prodígios: faz-se uma ligeira incisão na diagonal na casca da seringueira (Hevea brasiliensis) e em segundos escorre um líquido branco e pastoso. Até aqui, nada de mais. A magia acontece quando se pega num pouco desse líquido, o látex, e se percebe que em contacto com o calor das mãos se transforma numa matéria sólida, plástica e elástica. Misteriosa, intrigante e irresistível. Durante séculos, os povos originários da Amazónia usaram o látex para fazer coisas tão diversas como seringas, que usavam como garrafas, ou bolas saltitantes. Os europeus demoraram 350 anos a perceber a sua potencialidade e deram à Hevea o nome de seringueira. Depois, e de súbito, a borracha entrou na economia industrial do século XIX e colocou a Amazónia no centro do mundo. Esse tempo passou, mas a memória do esplendor permanece.

Os leitores são a força e a vida do jornal

O contributo do PÚBLICO para a vida democrática e cívica do país reside na força da relação que estabelece com os seus leitores.Para continuar a ler este artigo assine o PÚBLICO.Ligue - nos através do 808 200 095 ou envie-nos um email para assinaturas.online@publico.pt.