Incêndios na Madeira: Porto Moniz e Calheta são as situações mais complexas

Oito pessoas receberam assistência médica, entre as quais um bebé por inalação de fumo. Lar e centro de saúde tiveram de ser evacuados.

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Partem esta manhã do continente para a Madeira 64 operacionais para ajudar no combate aos incêndios LUSA/HOMEM DE GOUVEIA

Os incêndios na ilha da Madeira mantêm-se activos esta sexta-feira de manhã e as situações mais complexas encontram-se nos municípios de Porto Moniz e Calheta, disse a secretária de Estado da Protecção Civil, Patrícia Gaspar.

"Sabemos que foi uma noite complicada, uma noite difícil. Os incêndios mantêm-se em curso. As situações mais complexas são em Porto Moniz e Calheta", disse Patrícia Gaspar cerca das 07h30 em declarações à RTP no aeródromo de Figo Maduro, em Lisboa, para acompanhar a partida do contingente para a Madeira.

A secretária de Estado lembrou que em articulação com as autoridades da Madeira, foi decidido accionar um contingente da Autoridade Nacional de Emergência e Protecção Civil [ANEPC], da Força Especial de Protecção Civil e do Instituto Nacional de Emergência Médica [INEM] para a Madeira.

Patrícia Gaspar adiantou que os 64 operacionais que partem esta sexta-feira de manhã para a ilha da Madeira num avião da Força Aérea têm como principal missão apoiar as autoridades locais no combate aos incêndios.

"É uma força especializada com capacidade sobretudo com intervenção com ferramentas manuais, para trabalho no terreno. Sabemos que os incêndios estão a ocorrer em zonas de acesso difícil, em zonas de orografia muito acentuada, que requerem um trabalho mais especializado e esta é uma das competências principais desta força", realçou.

Patrícia Gaspar disse ainda "estar disponível para manter a missão na Madeira durante o tempo que for necessário e até reforçar com operacionais de outras forças, outras entidades.

A Força, chefiada pelo comandante sub-regional de Emergência e Protecção Civil de Coimbra, Carlos Tavares, integra 64 Operacionais, dos quais 54 Bombeiros da Força Especial de Protecção Civil, seis elementos da estrutura de Comando da ANEPC e quatro elementos do Instituto Nacional de Emergência Médica.

Um fogo deflagrou inicialmente na quarta-feira, cerca das 18h00, na freguesia dos Prazeres, concelho da Calheta, na zona oeste da ilha da Madeira, tendo alastrado durante a noite à freguesia contígua da Fajã da Ovelha e, posteriormente, às freguesias da Ponta do Pargo e das Achadas da Cruz, esta já no concelho do Porto Moniz, onde lavrava com mais intensidade.

Durante a tarde de quinta-feira deflagrou outro incêndio no concelho de Câmara de Lobos, contíguo ao Funchal a oeste, numa área florestal, no sítio da Vera Cruz, freguesia da Quinta Grande, que permanece activo.

Num ponto de situação realizado cerca das 20h00, o secretário Regional da Saúde e Protecção Civil, Pedro Ramos, indicou que oito pessoas receberam assistência médica devido aos incêndios que lavram na Madeira, em três concelhos, entre as quais um bebé por inalação de fumo. Lar e centro de saúde tiveram de ser evacuados.

O combate às chamas nos três municípios envolvia na quinta-feira um total de 127 operacionais, com o apoio de 42 viaturas e do helicóptero, que opera apenas durante o dia.

O Governo da Madeira declarou na quinta-feira a situação de contingência devido aos incêndios que lavram na região, activando, assim, o Plano Regional de Emergência de Protecção Civil, anunciou o Serviço Regional de Protecção Civil.

As câmaras da Calheta e do Porto Moniz activaram os respectivos planos municipais de emergência e protecção civil.

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