A felicidade não está à venda

Entrar hoje numa livraria é uma experiência quase surreal. As zonas dedicadas aos livros de auto-ajuda têm crescido tanto que da meia dúzia de exemplares passaram a ocupar ilhas inteiras.

No ecrã do meu computador vejo uma mulher alourada, na casa dos 40 anos, vestida com um blazer bordeaux e uma camisa branca. A expressão do seu rosto é quase zangada e, sempre que inicia uma frase, a voz fica de tal forma aguda que sinto os meus tímpanos estremecerem em sobressalto. Mas pior do que o tom de voz é o discurso passivo-agressivo, carregado de chavões que anuncia como se fossem a última Coca-Cola do deserto, que faz com que os meus neurónios se comecem ordeiramente a alinhar na beira de um precipício, preparados para desistir da vida a qualquer momento.

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