Palcos da semana: do condomínio ao Iminente, com Folio, festa e ressaca

Nos próximos dias, há música nova de Rogério Charraz e Expresso Transatlântico, um takeover Iminente, Risco em Óbidos e festejos na Culturgest.

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Sam The Kid faz parte da comitiva do Iminente Nuno Ferreira Santos
,O Coreto
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Rogério Charraz e José Fialho Gouveia voltam a juntar-se em Reunião de Condomínio Luís Filipe Catarino
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José Pinho, fundador do Folio, é homenageado pelo festival Rui Gaudêncio
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Ricardo Toscano dá dois concertos no 30.º aniversário da Culturgest Vera Marmelo
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O Expresso Transatlântico leva Ressaca Bailada a palco Miguel Marquês

Ocupação Iminente

O Iminente é um festival irrequieto. Já andou por Marvila, Monsanto, Oeiras e além-fronteiras, sem esquecer as intervenções em bairros. Este ano, muda outra vez de poiso e transforma-se num takeover que quer Descentralizar (tema desta edição) ao “questionar a noção de margens no centro mais simbólico do país”.

A Praça do Comércio, em Lisboa, vai ficar irreconhecível durante um fim-de-semana inteiro, de tantas que são as manifestações da cultura urbana que ali se vão entrelaçar – a começar pelas mais de 70 bandeiras erguidas por artistas.

O movimento vai da música de Dino d’Santiago, Pongo, Omar Souleyman, Pedro Mafama, Rita Vian, Soraia Ramos ou Sam The Kid até às artes visuais de Vhils, Cássio Markowski, Dish, Fiumani ou Márcio Carvalho, para referir apenas um punhado.

A ocupação passa também por dança, desporto, conversas, gastronomia e um arraial. E pede especial atenção à instalação Liberdade Iminente, olhar conjunto de Ângela Ferreira, Piny e Scúru Fitchádu sobre o vindouro 50.º aniversário do 25 de Abril.

Que se reúna o condomínio

Depois d’O Coreto, história de amor atravessada pelas assimetrias cidade-aldeia, Rogério Charraz (música) e José Fialho Gouveia (letras) voltaram a juntar-se para mais uma colecção conceptual de canções e saíram-se com “um disco em forma de prédio”.

Assim vamos descobrindo as personagens (e suas vivências) de patamar em patamar: a advogada nas águas-furtadas, o senhorio que lida com a rotatividade de professores no terceiro direito, a imigrante brasileira ou o administrador do condomínio, um “reformado hipocondríaco” interpretado por um insuspeito Quim Barreiros.

Catarina Munhá e Luciana Balby são outras vozes que se fazem ouvir nesta Reunião de Condomínio. Também comparece Samuel Úria, como ilustrador do livro que acompanha o disco.

A homenagem e o Risco

Depois de ter dado um salto a Lisboa, no mês passado, para espicaçar o apetite com uma conversa entre Woody Allen e Ricardo Araújo Pereira, o Folio está pronto a abrir o livro da oitava edição pelas ruas, livrarias, igrejas, jardins e outros pontos de encontro em Óbidos.

Antonio Scurati, An Yu, Cândida Pinto, Geoff Dyer, Hervé Le Tellier, Leonardo Padura, Michel Eltchaninoff, Ney Matogrosso, Terry Eagleton e Vigdis Hjorth estão entre os mais de 600 autores chamados ao festival literário para debaterem questões ligadas ao Risco, o tema condutor deste ano.

No meio de tantos nomes, o grande ausente é José Pinho. Pela primeira vez, o Folio acontece sem o fundador, que morreu em Maio. Mas, em seu nome, cumprem-se alguns desejos que tinha para o festival, como um novo espaço em que os livros se harmonizam com um bom vinho ou a iniciativa Onze dias, onze autores, que homenageia um autor por dia – a começar pelo próprio José Pinho.

Saxofone, arte e garagem

A 11 de Outubro, a Culturgest faz 30 anos. A festa dura três dias e conta com Ricardo Toscano para dar o tom à celebração. O saxofonista marca presença na abertura, a tocar Charlie Parker à frente de um quarteto e rodeado da Orquestra de Câmara Portuguesa; no dia seguinte, apresenta-se na liderança de um trio, com o álbum Chasing Contradictions no centro das atenções.

Para o último dia, ao serão, está reservada a inauguração de duas exposições: uma em torno do acervo da instituição, intitulada Fantasma Gaiata - A Colecção CGD; a outra, dedicada a Alberto Carneiro - Ideias, Projectos e Envolvimentos. Ambas têm curadoria de Bruno Marchand e ficam patentes até 28 de Janeiro. À meia-noite, abre-se a porta da garagem para rematar os festejos com um DJ set de Pedro Ramos.

Um baile à ressaca

No EP homónimo de 2021, o Expresso Transatlântico já tinha anunciado ao que vinha: pegar nos ecos da sua Lisboa e injectar sangue moderno em histórias antigas, servindo-se tanto de uma guitarra portuguesa como de um pulsar africano ou de um toque brasileiro.

Agora, os três rapazes – Gaspar Varela, Sebastião Varela e Rafael Matos – tornam a receita ainda mais dançável. Entram numa Barquinha com Conan Osiris, criam O Gangster para Pedro Gonçalves (Dead Combo) e, entre outras ousadias, servem um Western à lagareiro. Está tudo em Ressaca Bailada, o primeiro longa-duração.

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