Manaus, a doce nostalgia de uma capital cercada pela selva

Manaus, onde mais de metade dos amazonenses vivem, é um espelho fiel das memórias ora grandiosas ora deprimentes da floresta que a cerca. Retrato de uma cidade orgulhosa e improvável.

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Jordi Burch
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Numa das esquinas da Praça de São Sebastião, em Manaus, quase em frente ao imponente Teatro Amazonas, sobrevive uma casa que a cada passo abre as portas para recordar a opulência da cidade nos seus tempos de glória. Casas como essa, que pertenceu ao comendador José Gonçalves de Araújo, um português da Póvoa de Varzim que emigrou para a Amazónia com 11 anos, resistem ainda aqui e ali na malha urbana do centro da cidade. Algumas estão recuperadas e vivas, mas a maioria diluiu-se nas vagas de crescimento da capital do Amazonas, esmagadas entre prédios mais recentes, escurecidas pela humidade dos trópicos ou simplesmente abandonadas à sua ruína. Manaus é uma cidade jovem, mas viveu tanto e tão intensamente que pode reclamar para si o estatuto das cidades com história. Mesmo que a história registe a extinção do povo que lhe deu o nome, os manaós.

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