Algés põe “trancas à porta” para se proteger das inundações

Presidente da Câmara de Oeiras apresentou parte das medidas preventivas de mitigação imediata dos efeitos das cheias e inundações. Investimento ronda os 25 milhões de euros.

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A água invandiu as ruas de Algés em Dezembro do ano passado Ricardo Lopes
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O presidente da Câmara Municipal de Oeiras (CMO), Isaltino Morais, apresentou na tarde desta sexta-feira parte do plano de prevenção contra eventuais inundações depois de, em Dezembro do ano passado, o concelho, e em especial a freguesia de Algés, ter sido um dos mais afectados pelas fortes chuvas. Uma das soluções é a colocação de comportas de aço na entrada do parque de estacionamento do centro de saúde e nas portas das lojas para travar a entrada da água.

Isaltino Morais revelou que o investimento que a autarquia está a fazer “ronda os 25 milhões” e garante que, quer na unidade de saúde quer nas 26 lojas comerciais da Rua Major Afonso Palla, já quase todas intervencionadas, “a água não voltará a entrar”. “Vamos poder dormir descansados”, acrescentou.

A visita começou na Unidade de Saúde de Algés, encerrada desde que, em Dezembro do ano passado, a água inundou os três pisos subterrâneos do parque de estacionamento, destruindo os sistemas dos elevadores e diversos equipamentos eléctricos.

O centro volta abrir as portas na próxima segunda-feira, com novos elevadores e equipamentos a funcionar e os muros da entrada no parque de estacionamento elevados. “Aqui a autarquia fez um investimento de 600 mil euros”, revelou Isaltino.

Já junto à comporta de aço com cerca de 1,60 metros de altura que visa impedir a entrada de água, o autarca aproveitou a ocasião para fazer algumas críticas ao Governo. Lembrou que, “dos seis centros de saúde do concelho, quatro foram construídos pela CMO,” acusando a administração central de “não pagar o que deve ou tardar a pagar, quer seja na saúde, quer seja na educação”.

Isaltino Morais diz nada ter contra a descentralização, mas gostaria que “o Governo fosse mais reactivo” relativamente “aos pagamentos com que se compromete”. “Tem de haver uma relação de transparência. Agora ainda vai chegando porque há PRR [Plano de Recuperação e Resiliência], mas daqui a quatro, cinco anos, quando não houver, como vai ser?”, questionou.

Da unidade de saúde, Isaltino e a sua comitiva seguiram pé para a Rua Major Afonso Palla, popularmente conhecida como a rua do comércio, a uns 600 metros de distância. Pelo caminho, um som estridente de uma sirene fez-se ouvir várias vezes. Trata-se de um novo equipamento de som, montado no parque de estacionamento da estação, que alertará a população para a possibilidade de cheias.

Já na chamada rua do comércio, os técnicos da câmara apresentaram as novas comportas que já estão instalas em algumas lojas ficando as 26 montadas durante o mês de Outubro.

Trata-se de três placas de aço que, sempre que houver perigo de inundação, serão facilmente montadas umas sobre as outras na vertical e encaixadas em calhas nas paredes laterais das entradas das lojas. Têm uma altura de 1,80m.

“A câmara pagou cerca de um milhão de euros de indemnizações aos comerciantes desta rua. Estas comportas custaram cerca de 100 mil euros, por isso vale bem a pena o investimento. Nestas lojas a água nunca mais vai entrar”, garantiu o autarca.

E para testar a comporta montada na Farmácia da Estação foram chamados os bombeiros que dispararam jactos de água sobre as placas de aço. A água não as venceu. “Já vamos poder dormir descansados”, repetiu o autarca.

Questionado pelos jornalistas sobre a estação ferroviária de Algés, que tem inundações frequentes, o autarca disse que a responsabilidade para resolver o problema é da Infra-Estruturas de Portugal e da CP. “Espero que resolvam esse problema depressa porque esta estação é muito importante”, concluiu.

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