Kate e William querem modernizar a realeza e estão a contratar um CEO

“Emocionalmente inteligente” e com um “ego baixo”. É assim que os príncipes de Gales imaginam alguém para gerir o Palácio de Kensington e as 60 pessoas que para eles trabalham. E estão a contratar.

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Os príncipes William e Kate, seguidos pelos filhos, no dia da coroação do rei Carlos e da rainha Camila Reuters/POOL
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Os príncipes de Gales decidiram virar costas à tradição e recorrer a uma empresa de recrutamento para encontrarem a pessoa que trabalhará directamente com eles, sendo “responsável pelo desenvolvimento e implementação da estratégia a longo prazo das suas altezas reais”.

O futuro CEO será ainda incumbido de continuar a reforçar uma cultura profissional e de colaboração no seio da família” — ou seja, será quem terá contacto directo com o rei Carlos e a rainha Camila, garantindo que os interesses de ambas as casas estão alinhados.

O anúncio, publicado pela empresa de recrutamento Odgers Berndtson, no início do mês, descreve “uma oportunidade única”, já que será “o líder mais graduado da casa” dos príncipes de Gales, exigindo-se alguém “emocionalmente inteligente, com um ‘ego baixo’ e uma forte consciência e compreensão do seu impacto nos outros”.

Mas o que mais chamou a atenção da imprensa britânica foi a forma que Kate e William escolheram para encontrar a sua pessoa de confiança, indo contra a tradição real, que dita que se recorra aos canais da família real para o recrutamento. “Trata-se de uma acção revolucionária”, cita Richard Eden, colunista do Daily Mail especializado nos assuntos da realeza, uma fonte que não identifica, já que a posição era até aqui assumida pelos secretários pessoais.

Tradicionalmente, um secretário privado, como se descreve na biografia do duque de Kent, citada pela Variety, tem a missão de “gerir a vida formal e oficial de um membro da família real”. No caso de um monarca, implica servir também de tampão, a assuntos e pessoas. Ou seja, apenas o que o secretário, muitas vezes oriundo da aristocracia, escolhe chega aos ouvidos do membro da família real que serve.

Agora, Kate e William terão à mesma os seus secretários privados, mas estes terão de responder a um CEO, o que, por um lado, lhes retira poder, e, por outro, transforma toda a hierarquia do palácio, levando para o seio da nobreza alguém com uma visão mais mundana.

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