Luís Montenegro reitera posição sobre eventual aliança com o Chega: “Não é não”

Líder do PSD acrescentou ainda que o acordo parlamentar celebrado na Madeira, entre PAN e PSD, não “contende com nenhum valor ou princípio do PSD”.

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O líder do PSD falou esta quarta-feira aos jornalistas LUSA/Luís Forra
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O líder do PSD, Luís Montenegro, reiterou esta quarta-feira o que havia dito na Madeira no passado domingo: que não fará qualquer acordo político com o Chega. "Não é não", disse categoricamente, para depois acrescentar: "Nunca farei um acordo político de governação com o Chega. Não vale a pena alimentar isso."

No passado domingo, Montenegro projectou também para o plano nacional a rejeição de um entendimento entre PSD e Chega decidida na Madeira: "E eu quero dizer-vos que aquilo que vai ou pode acontecer na Madeira é aquilo que vai ou pode acontecer no país. O mesmo é dizer que nós não vamos governar nem a Madeira, nem o país, com o apoio do Chega, porque não precisamos", afirmou depois de conhecidos os resultados eleitorais na região autónoma.

Relativamente às eleições na Madeira, o presidente social-democrata disse ver com "normalidade" o acordo parlamentar lá celebrado, entre PAN e PSD, e que este não "contende com nenhum valor ou princípio do PSD" ou com o "trabalho" que o partido tem feito com os "agricultores portugueses". Está, por isso, "totalmente confortável" com esta solução de governo.

Já na eventualidade de ser adoptada uma solução idêntica no panorama de eleições legislativas nacionais, o partido assumirá "as responsabilidades" que tiver de "assumir", assegurou Montenegro. Questionado sobre qual partido, entre IL e PAN, escolheria para alianças no plano nacional, o líder do PSD não tomou posição. Seja como for, se tal questão se colocasse significaria que o PSD "já teria vencido as eleições legislativas", disse.

"A porta não está fechada para a IL"

Questionado sobre se não preferiria um acordo na Madeira com a IL em vez do PAN, Montenegro defendeu que essa "preferência" cabe aos "órgãos regionais do PSD". Salvaguardou, contudo, que a porta não está fechada aos liberais: "Tanto quanto sei, a porta não está fechada à Iniciativa Liberal", disse, notando que este partido transmitiu a sua disponibilidade para "dialogar caso a caso, decreto a decreto, orçamento a orçamento" e assim garantir o apoio parlamentar na Madeira. "O presidente do PSD-Madeira já disse que não fechava a porta a essa negociação com a IL", acrescentou.

Sobre ser "caloiro", crítica que lhe foi feita por Alberto João Jardim em entrevista ao PÚBLICO, admitiu que "talvez" o fosse — mas porque o ex-presidente do governo regional da Madeira é "veteraníssimo".

"Sinto-me muito bem a cumprir a recuperação do PSD enquanto força motora de transformação e desenvolvimento do país e tenho a certeza de que o doutor Alberto João Jardim me acompanha, não só nos propósitos como na maioria das minhas decisões", acrescentou. "Alberto João Jardim tem essa originalidade de ter uma linguagem muito enfática. Eu respeito e dou-me muito com ele", rematou.

Luís Montenegro falou aos jornalistas depois de se reunir com organizações sindicais de professores e educadores​ e a Associação de Estabelecimentos de Ensino Particular e Cooperativo​ (AEEP). É o primeiro de quatro dias de iniciativas dedicados à educação.

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