Inquérito de Estimação: Associação Refúgio Vital

No nosso Inquérito de Estimação, damos palco a associações e grupos de ajuda a animais que o mundo deve conhecer. O Refúgio Vital resgata cães abandonados em Benavente.

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O Refúgio Vital tem cães, gatos e um carneiro Refúgio Vital
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O Refúgio Vital tem cães, gatos e um carneiro Refúgio Vital
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O Refúgio Vital tem cães, gatos e um carneiro Refúgio Vital
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É um refúgio que nasceu em 2017 para acolher todo o tipo de animais abandonados na vila de Benavente, em Santarém. Neste momento, são cerca de 50 os cães, gatos e até um carneiro, que vivem no espaço gerido por Telma Gonçalves.

A par disto, e como as instalações não têm espaço para todos, a associação também se encarrega dos cães que estão em famílias de acolhimento temporários e dos 96 que vivem no canil municipal de Benavente. Os funcionários, todos voluntários, visitam diariamente o Refúgio para garantir que os animais têm as melhores condições possíveis, que estão bem alimentados, limpos, sociabilizados e felizes.

“Cuidamos destes animais depois do nosso trabalho, nas férias, fins-de-semana, feriados, o que for preciso para garantir que têm qualidade de vida enquanto aqui estiverem. Também temos noção que, para muitos, seremos a última família que conhecerão”, explica a presidente e fundadora em resposta ao nosso Inquérito de Estimação.

No Refúgio Vital, os animais só ficam disponíveis para adopção depois de terem microchip, vacinas em dia e estarem desparasitados e castrados. O cão Preto, que não mexe as patas traseiras e usa cadeira de rodas, está há anos à procura de uma família.

Uma medida prioritária pelos direitos dos animais

A medida que consideramos ser prioritária é a alteração da Constituição sobre a lei dos maus-tratos que, neste momento, é declarada inconstitucional. Como não há penalizações nem condenações sérias e efectivas, as pessoas acham que podem continuar a maltratar um animal como se fosse um objecto.

Um caso marcante

Foram vários os casos que nos marcaram, como a Estrela, uma cadela resgatada em tão mau estado que acabou por morrer; o Guerreiro, um cão que vinha com uma pata podre e o Preto, que ainda está sob o nosso cuidado.

O Preto é um labrador que foi atropelado e depois abandonado pelo dono. Vive há dois anos na clínica porque não temos um local adequado no Refúgio para animais na condição dele.

É um cão que ficou sem andar das patas traseiras e usa uma cadeira de rodas própria para se movimentar. Além disto, faz fisioterapia e sessões com uma máquina de choques que comprámos para estimular a sensibilidade nas patas traseiras.

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Preto Refúgio Vital

Todos os meses a nossa maior parcela de orçamento é para destinada a ele. É uma história de abandono animal que nos marca. Trata-se de um cão que quando mais precisava foi largado por quem jurou cuidar dele e, infelizmente, quebrou a promessa. O caso foi para o tribunal, mas como o Preto não tinha microchip acabou arquivado. O dono alegou que o cão não era seu e que apenas o alimentava.

Um conselho para quem quer adoptar um animal

Que adoptem com consciência. Adoptar um animal requer paciência e uma mudança de rotinas. Temos que ter em atenção as nossas possibilidades financeiras, uma vez que é uma decisão que acarreta custos com alimentação, vacinas ou determinadas doenças que possam surgir.

Ter disponibilidade para passear o animal, sociabilizá-lo, requer tempo e, acima de tudo, é preciso ponderar e analisar os prós e os contras de se ter um. Consciência acima de tudo.

Um projecto que tem de ser conhecido

A Casa Amarela, que é uma das associações que mais admiro. Foi quando assisti à azáfama da Susana, a fundadora, depois de resgatar cães de canil que iam ser abatidos que decidi criar o Refúgio. É, sem dúvida, um exemplo.

Uma pessoa anónima que vale a pena conhecer

Toda equipa do Refúgio merece destaque pela luta diária em prol dos animais. São voluntários que conciliam trabalho, família, idas ao veterinário, resgates o canil, entre muitas outras coisas.

Somos poucos, de facto, para o muito que há a fazer, mas todos unidos por um único propósito: amar estes animais como se fossem nossos e chorar nas despedidas.

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