Lampedusa sob tensão com chegada de milhares de migrantes. Von der Leyen visita ilha

Na sequência do agravamento da situação humanitária em Lampedusa, Meloni anunciou novas medidas de dissuasão à imigração ilegal. Médicos Sem Fronteiras resgataram este sábado 330 pessoas.

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Migrantes à chegada de Lampedusa YARA NARDI/REUTERS
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Itália já pediu ajuda à União Europeia e às Nações Unidas CIRO FUSCO/EPA
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Giorgia Meloni decidiu impor novas medidas de dissuasão às tentativas de chegar a Itália YARA NARDI/REUTERS
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Futuros requerentes de asilo esta semana em Lampedusa YARA NARDI/REUTERS
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A semana foi de tensão em Lampedusa, sem capacidade de resposta para os milhares de migrantes e centenas de barcos que chegaram ao seu porto em poucos dias. A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, vai visitar a ilha italiana este domingo, na sequência de um pedido de ajuda do Governo de Giorgia Meloni.

Entre 11 e 13 de Setembro, terão chegado a Lampedusa, com uma área de apenas 20 quilómetros quadrados, 200 pequenas embarcações que transportaram milhares de pessoas desde o Norte de África. Até 8500 pessoas — mais do que a população total residente na ilha — ficaram depois à espera de lugar no centro de acolhimento local, com uma capacidade máxima de 400 pessoas.

De acordo com meios de comunicação social do país, a sobrelotação da ilha tem gerado um crescente ambiente de tensão. O afluxo de embarcações já levou o autarca de Lampedusa, Filippo Mannino, a apelar ao Governo de Giorgia Meloni para que tome "medidas de emergência".

"Nunca vimos nada assim, com dezenas e dezenas de pequenas embarcações escoltadas ou ligadas a unidades de salvamento em frente ao porto, e outras que conseguem chegar directamente", disse Mannino, sugerindo "uma intervenção das Forças Armadas".

Esta sexta-feira, Meloni escreveu à presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, convidando-a a visitar a ilha de Lampedusa para "compreender a gravidade da situação". Von der Leyen acedeu ao pedido e deverá deslocar-se à ilha italiana este domingo.

A primeira-ministra italiana anunciou ainda uma série de medidas com o objectivo de dissuadir os migrantes que tentam chegar a Itália, como o alargamento do período de permanência em centros de detenção para 18 meses, o máximo permitido por lei para quem aguarda repatriamento. Desde o início do ano, a chefe do executivo de extrema-direita tem também tornado mais rigorosa a legislação sobre a intervenção de navios de resgate civis, limitando as suas operações em alto mar.

No decorrer das operações de resgate realizadas esta semana, foi confirmada a morte de pelo menos dois recém-nascidos: um bebé de cinco meses e outro que terá nascido já em alto mar, na travessia para a Europa.

Ainda este sábado, a organização não-governamental Médicos Sem Fronteiras (MSF) anunciou ter resgatado em segurança mais de 330 pessoas que atravessavam o Mediterrâneo Central com destino a Lampedusa. Nas últimas 24 horas, o navio de resgate civil Geo Barents retirou migrantes de oito embarcações e mantém-se em contacto com as autoridades italianas, acrescentou a MSF.

Desde o início de 2023, já desembarcaram em Itália — a grande maioria em Lampedusa — mais de 115 mil migrantes, segundo os registos do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados, número que já ultrapassa o total do ano de 2022.

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