Cofina recebe propostas finais. Media Capital e administradores da empresa disputam o grupo

As duas propostas de aquisição da Cofina rondam os 56 milhões de euros. O grupo de administradores que pretendem comprar a própria empresa oferece mais cerca de 800 mil euros.

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A dona do Correio da Manhã recebeu duas propostas vinculativas adriano miranda / publico
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A Cofina recebeu duas propostas de compra pela Cofina Media, subsidiária deste grupo que detém títulos como o Correio da Manhã, Jornal de Negócios ou Sábado, entre outros. As propostas, ambas a rondar os 56 milhões de euros, foram apresentadas pelo grupo composto por administradores e quadros da própria empresa e pela Media Capital, empresa que detém a TVI e a CNN Portugal.

O interesse pela aquisição da Cofina foi manifestado durante este Verão. Primeiro, a 27 de Junho, o grupo liderado por Paulo Fernandes recebeu uma oferta vinculativa para a compra da totalidade do capital da Cofina Media que avaliava esta empresa em 75 milhões de euros. Esta oferta (denominada management buy out, isto é, operação em que administradores de uma empresa procuram adquirir a mesma) foi feita pela sociedade Expressão Livre, detida por um grupo de administradores e quadros da própria Cofina, bem como por outros investidores. São eles: Luís Santana, Ana Dias (ambos administradores da Cofina), Octávio Ribeiro, Isabel Rodrigues, Carlos Rodrigues, Luís Ferreira, Carlos Cruz, Cristiano Ronaldo, Domingos Vieira de Matos, Paulo Fernandes e João Borges de Oliveira.

Mais tarde, a 20 de Julho, a Cofina recebeu uma outra oferta de aquisição da Cofina Media, desta vez por parte da Media Capital, no valor de 80 milhões de euros.

Agora, e ao fim de negociações com os dois potenciais compradores, a Cofina confirma que recebeu ofertas finais de ambos, com valores que ficam muito abaixo daqueles que foram propostos inicialmente. Isto porque as ofertas iniciais incorporavam o chamado entreprise value – na prática, o valor real da empresa –, onde se inclui não só o capital da mesma, mas, também, uma dívida de 45 milhões de euros. As propostas agora apresentadas consideram apenas o capital (o chamado equity value).

"Na sequência da recepção das ofertas, a Cofina tem estado em contacto com os potenciais compradores com vista à negociação das condições contratuais e comerciais, numa perspectiva de maximização do valor para a Cofina e para os seus accionistas, relativas a uma potencial alienação das acções da Cofina Media", lê-se no comunicado enviado pela própria empresa, na noite desta sexta-feira, à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

De um lado, esclarece a Cofina, a Expressão Livre apresentou uma oferta de 56.793.428 euros. Do outro, a Media Capital apresentou uma oferta de 54.454.922 euros, ou "o equivalente ao preço de qualquer proposta concorrente recebida pela Cofina, acrescido de 5%", até ao limite de 56 milhões de euros. Na prática, perto de 800 mil euros separam as duas propostas.

Agora, adianta a Cofina, as duas propostas serão analisadas "pelos respectivos órgãos sociais competentes, que decidirão pela alienação, ou não, das acções da Cofina Media a um dos potenciais compradores". Mas, para já, "não foi tomada qualquer decisão de alienação", garante a empresa, detalhando ainda que a decisão será tomada com base na "contrapartida oferecida pelas acções da Cofina Media, as respectivas condições contratuais propostas e o plano estratégico que os potenciais compradores pretendem implementar, caso venham a concluir a aquisição das acções da Cofina Media, para o desenvolvimento futuro do negócio".

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