Declaração de Santiago: o documento pela democracia que Portugal também assinou

António Costa esteve presente nas cerimónias dos 50 anos do golpe de Estado no Chile e assinou documento com outros sete líderes de países, todos latino-americanos.

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Primeiro-ministro português (à esquerda) esteve em Santiago do Chile Reuters/IVAN ALVARADO

Promovida pelo Presidente chileno, Gabriel Boric, no âmbito das cerimónias dos 50 anos do golpe de Estado do Chile, a Declaração de Santiago foi assinada esta segunda-feira por oito países, incluindo Portugal, e pretende ser um compromisso político internacional em defesa dos direitos humanos e dos regimes democráticos no mundo.

“A declaração de Santiago é um compromisso com a democracia. Pode parecer pouco, mas nos tempos que correm é muito importante”, disse Boric, numa alusão ao crescimento dos políticos e dos partidos de extrema-direita em vários países da América do Sul.

Na sua intervenção, na Praça da Constituição, junto ao palácio de La Moneda, sede do Governo, o Presidente chileno também lembrou a violência de outras ditaduras na América do Sul, como as da Argentina e Uruguai, estabeleceu limites à sua disponibilidade para aceitar a reconciliação e procurou deixar uma mensagem às mais jovens gerações chilenas, nascidas depois do fim do regime de Pinochet.

“Lembrem-se dos sacrifícios dos vossos pais, mães ou avós na luta pela democracia. Lembrem-se do muito que tiveram de lutar os sindicalistas e as mulheres em defesa dos seus direitos. A democracia é uma construção contínua e nunca está garantida”, afirmou.

Através do documento, os países signatários comprometem-se a “fortalecer os espaços de colaboração entre Estados através de um multilateralismo maduro e respeitoso das diferenças, que estabeleça e persiga os objectivos comuns necessários para o desenvolvimento sustentável das nossas sociedades”.

A Declaração de Santiago foi assinada por António Costa e pelos representantes políticos da Argentina, do Brasil, da Bolívia, do Chile, da Colômbia, do México e do Uruguai.

Para além do primeiro-ministro português, participaram nas cerimónias os Presidentes do México (Andrés Manuel López Obrador), da Colômbia (Gustavo Petro), da Argentina (Alberto Fernández), do Uruguai (Luis Lacalle Pou) e da Bolívia (Luis Arce).

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