UNESCO pede regulação do uso da inteligência artificial no ensino

Organismo das Nações Unidas quer impor uma idade mínima (13 anos) para os estudantes utilizarem inteligência artificial nas escolas.

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UNESCO alerta para falta de protecção das crianças no uso de inteligência artificial Rui Gaudencio

A UNESCO pediu esta semana aos governos para regularem com rapidez o uso da inteligência artificial generativa nas escolas no sentido de garantirem a ética e concentrando nos humanos a educação e a investigação.

A Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) divulgou as orientações mundiais sobre a utilização da inteligência artificial, propondo fixar a idade mínima de 13 anos para que os alunos possam utilizar a ferramenta em contexto escolar.

O organismo da ONU sublinhou ainda que os professores devem ter formação adequada, e que devem ser também estabelecidas normas mundiais, nacionais e regionais para a protecção dos dados e da privacidade.

A UNESCO alerta que o uso da inteligência artificial está a agravar o fosso digital de dados e que os modelos actuais como o ChatGPT usam dados de utilizadores que reflectem os valores e as normas sociais dominantes no Norte do globo.

No mês de Junho, a UNESCO advertiu que a utilização da inteligência artificial generativa nas escolas está a implementar-se com excessiva rapidez através de uma “preocupante falta de escrutínio, controlo e regulação”.

Regulação dos governos é essencial

A inteligência artificial generativa pode criar textos, imagens, vídeos, música e códigos de programação informática, acabando por ter profundas implicações para a educação e para os processos de investigação.

Uma sondagem recente realizada pela UNESCO, junto de mais de 450 escolas e universidades, indicou que apenas dez por cento destas instituições implementou normas sobre o uso desta ferramenta tecnológica devido, sobretudo, à falta de normas nacionais.

“A inteligência artificial generativa pode ser uma grande oportunidade para o desenvolvimento humano, mas também pode causar danos e preconceitos”, frisou a directora-geral da UNESCO, Audrey Azoulay.

Assim, afirmou, “a ferramenta (inteligência artificial) não pode integrar-se na educação sem o compromisso público e sem as salvaguardas e regulações necessárias por parte dos governos”.

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