Lula com mensagem de tolerância no dia que Bolsonaro tornou de divisão
Na passagem do Dia da Independência do Brasil, o Presidente fez questão até de levar a mascota da campanha de vacinação para realçar as diferenças com o seu antecessor.
O Presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, apelou esta quinta-feira, em que se assinala o Dia da Independência do país, à união de todos os brasileiros e garantiu que esta data não seria "um dia nem de ódio, nem de medo”. O seu antecessor na presidência, Jair Bolsonaro, usou precisamente as cerimónias do 7 de Setembro para dividir a sociedade, politizar a independência, instilar o medo e até defender o ataque às instituições, como o Supremo Tribunal Federal.
Na mensagem gravada para assinalar o 201.º aniversário da independência do Brasil, Lula da Silva afirmou, citado pela Lusa, que “a independência do Brasil ainda não está terminada” e que “precisa de ser construída a cada dia, por todos nós, sobre três grandes alicerces: democracia, soberania e união”.
Aproveitando para detalhar as conquistas feitas pelo seu Governo desde que tomou posse a 1 de Janeiro, o chefe de Estado sublinhou a mensagem de tolerância, referindo que “sotaques diferentes, torcer por 'times' [clubes] diferentes, seguir religiões diferentes, ter preferência por este ou por aquele candidato” não muda o facto de todos pertencerem à mesma nação.
Lula da Silva esteve acompanhado na tribuna de honra pelos chefes dos outros Poderes —a presidente do Supremo Tribunal Federal, Rosa Weber, e o presidente do Congresso Nacional, senador Rodrigo Pacheco. E, em mais um contraste com o discurso antivacina do seu antecessor, o Presidente fez questão de estar acompanhado pelo Zé Gotinha, a mascote das campanhas de vacinação.
Ainda com a memória viva do 8 de Janeiro, em que apoiantes de Bolsonaro invadiram as sedes dos três poderes em Brasília, o distrito federal foi colocado em alerta máximo, com um esquema de segurança como nunca antes visto para as cerimónias do Dia da Independência.
Dois mil agentes de unidades especializadas da Polícia Militar foram destacadas, além de 500 agentes da polícia do Distrito Federal, bem como elementos da Força Nacional da Segurança para garantir que nada se passasse de anormal durante o desfile. Sem contratempos, o Presidente passou revista aos soldados e dirigiu-se de carro, com a primeira-dama, Janja da Silva, para a tribuna.