The Idol, a polémica série de The Weeknd para a HBO, não vai continuar

A produção teve uma rodagem conturbada e uma recepção pouco calorosa. Não haverá segunda temporada.

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Abel Tesfaye, co-criador e protagonista, e Lily-Rose Depp em The Idol, a série que não vai voltar para uma segunda temporada DR

The Idol, a série da HBO co-criada pelo cantor r&b canadiano The Weeknd (Abel Tesfaye) sobre a relação entre uma jovem estrela pop e o líder de um culto, não vai ter continuação. O anúncio do cancelamento da ficção protagonizada por Lily-Rose Depp e pelo próprio Tesfaye chegou na segunda-feira.

A produção teve uma vida conturbada praticamente desde o início. Encomendada em 2021, para seis episódios, com produção executiva e realização de Amy Seimetz, viria a ser totalmente reformulada em 2022, já sob a alçada de Sam Levinson, o criador de Euphoria, tendo Seimetz e a actriz Suzanna Son saído da equipa. Antes dessa reviravolta, segundo uma reportagem da revista Rolling Stone que detalha o ambiente tóxico da rodagem, a série já estava 80% feita.

O site Deadline citou na altura fontes próximas da produção que diziam que Tesfaye sentia que "a série se estava a inclinar demasiado para uma 'perspectiva feminina'". Mesmo entre o elenco havia confusão quanto ao que estava em cima da mesa: fazer uma minissérie ou uma série que iria ter continuidade.

The Idol acabou por ter a sua estreia em Maio no Festival de Cannes, onde foi muito mal recebida pela crítica (incluindo a do PÚBLICO). Chegou aos ecrãs da HBO um mês depois, mas os seus primeiros episódios não geraram tantos espectadores como, por exemplo, Euphoria, o êxito de Levinson. As reacções revelaram-se extremadas, com muito ódio e confusão acerca do tom e das cenas de sexo. Tesfaye sempre manteve que o objectivo era contar uma história satírica à moda dos filmes de Paul Verhoeven, e que não era suposto as cenas de sexo terem sensualidade.

"Foi um dos programas originais mais provocadores da HBO, e estamos contentes com a resposta forte do público", diz um porta-voz da HBO citado pela Variety. "Depois de muita reflexão e ponderação, a HBO, os criadores e os produtores decidiram não ir para a frente com uma segunda temporada. Agradecemos aos criadores, ao elenco e à equipa pelo seu trabalho incrível."

O anúncio do cancelamento surge numa altura em que tanto os argumentistas quanto os actores norte-americanos estão em greve há vários meses. Uma das questões em cima da mesa é a opacidade dos números de espectadores dos conteúdos das plataformas de streaming (a própria HBO só disponibilizou, de The Idol, as audiências dos dois primeiros episódios: pouco menos de um milhão de espectadores). Nos últimos tempos, o serviço anunciou também o cancelamento de A Black Lady Sketch Show e Perry Mason.

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