Valor da Evergrande diminui 80% após regresso à bolsa de Hong Kong

Grupo imobiliário chinês apresentou resultados neste fim-de-semana e foi penalizado pelos mercados após suspensão de negociação durante 17 meses.

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Títulos da Evergrande não negociavam na bolsa de Hong Kong desde Março de 2022 Reuters/ALY SONG

O China Evergrande Group perdeu cerca dois mil milhões de dólares (1,85 mil milhões de euros ao câmbio actual), equivalente a quase 80% do seu valor de mercado, nesta segunda-feira, dia em que as acções do grupo imobiliário chinês voltaram a negociar após 17 meses de suspensão de negociação na praça de Hong Kong.

A Evergrande está no centro de uma crise no sector imobiliário da China, que tem visto uma série de incumprimentos de dívidas desde finais de 2021.

As acções do grupo cotadas em Hong Kong caíram 78,8%, para 0,35 dólares de Hong Kong, na negociação desta segunda-feira, reduzindo as perdas registadas na abertura da sessão, em que os títulos chegaram a recuar 87%.

A capitalização bolsista diminuiu para 4,6 mil milhões de dólares de Hong Kong (586,38 milhões de dólares ou 543 milhões de euros) face aos anteriores 21,8 mil milhões de dólares de Hong Kong (2,78 mil milhões de dólares ou 2,5 mil milhões de euros) da última vez em que os títulos tinham sido negociados em sessão, em Março do ano passado. A bolsa de Hong Kong, cuja diferença horária para Lisboa é de sete horas, já encerrou nesta segunda-feira.

A Reuters relembra que a capitalização bolsista da Evergrande chegou a atingir em 2017 um máximo histórico de cerca de 420 mil milhões de dólares de Hong Kong, perto de 390 mil milhões de euros ao câmbio actual.

As acções estavam suspensas desde 21 de Março de 2022 e retomaram a negociação após a empresa ter dito que tinha cumprido todas as condições da Bolsa de Valores de Hong Kong. A Evergrande teria sido excluída daquela praça se a suspensão tivesse atingido os 18 meses.

Duas outras divisões do conglomerado, a China Evergrande New Energy Vehicle Group e a Evergrande Property Services Group, igualmente dispersas em bolsa, retomaram ambas a negociação no mês passado, após uma paragem de 16 meses.

O grupo está actualmente a tentar obter aprovação quer dos credores como da justiça para implementar o plano de reestruturação da dívida, num processo que foi alargado até 20 de Setembro. Numa declaração, nesta segunda-feira, a Evergrande disse ainda que as reuniões com os credores sobre o plano de reestruturação foram adiadas de 28 de Agosto para 26 de Setembro, já que "é crucial que todos os credores compreendam o processo de reestruturação proposto e os seus termos".

Há 10 dias, a Evergrande, promotora imobiliária que chegou a ser a maior da China, accionou a lei de protecção contra falência nos Estados Unidos.

Neste domingo, o grupo apresentou resultados relativos ao primeiro semestre deste ano, em que registou um prejuízo, após interesses minoritários, de 33 mil milhões de yuans (4,5 mil milhões de dólares) face a 66,4 mil milhões de yuans um ano antes. As receitas aumentaram 44% na comparação homóloga, para 128,2 mil milhões de yuans em final de Junho passado.

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