Níger expulsa embaixadores dos EUA, França, Alemanha e Nigéria

Junta militar do Níger anunciou esta sexta-feira que os embaixadores de França, Alemanha, EUA e Nigéria têm até ao final de domingo para deixar o país. Paris não reconhece autoridade aos golpistas.

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O Níger foi palco de um golpe militar no final de Julho Reuters/STRINGER

A junta militar que tomou o poder no Níger no golpe de 26 de Julho deu 48 horas para os embaixadores dos Estados Unidos, França, Alemanha e Nigéria deixarem o país, com o prazo a terminar no domingo, avançam a Reuters e a France Presse.

As relações em particular com França, antiga potência colonizadora, têm-se deteriorado. O Níger revogou vários acordos militares com Paris e, no início de Agosto, um oficial do Exército acusou França de violar o espaço aéreo do país e de tentar destabilizar o novo regime militar. O governo francês negou as acusações e, nas últimas horas, afirmou que o ultimato emitido por Niamey não é válido, não reconhecendo legitimidade à junta militar.

Na quinta-feira, os militares do Níger anunciaram acordos com Mali e Burkina Faso para que, em caso de ataque, as forças destes países possam entrar no seu território e defender a junta golpista. A decisão surgiu depois de a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) avisar que enviará tropas para o país a fim de restabelecer a ordem constitucional, caso as negociações diplomáticas em curso falhem.

O Níger era até aqui um aliado estratégico do Ocidente em África, permitindo que forças norte-americanas, francesas, alemãs e italianas usassem o seu território no combate a movimentos extremistas islâmicos na região do Sahel. Além disso, o país é o 7.º maior produtor mundial de urânio. Persistem por fim suspeitas de envolvimento da Rússia no golpe de 26 de Julho, que levou ao encerramento das fronteiras e do espaço aéreo do Níger, suspendendo a ajuda humanitária a um dos países mais pobres do mundo.

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