Lula vê o Brasil como “parceiro ideal” para ajudar Angola na sua revolução agrícola

No princípio de uma visita de dois dias a Angola, o Presidente brasileiro falou em “corrigir erros” de Bolsonaro e alçar a parceria estratégica entre os dois países a um novo patamar.

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Lula da Silva com o seu homólogo angolano, João Lourenço, nesta sexta-feira em Luanda AMPE ROGÉRIO/LUSA

O Presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou na sexta-feira, em Luanda, que o seu país pretende apoiar Angola nos esforços para diversificar a sua economia, salientando que existe espaço para aumentar o comércio entre as duas nações.

Numa visita de dois dias a Angola, a caminho da cimeira da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), no domingo, em São Tomé, o chefe de Estado brasileiro aproveitou para dizer que vê o Brasil como o “parceiro ideal” para ajudar na revolução agrícola que Angola está a fazer.

Uma ajuda que deve ser baseada em “soluções conjuntas para o desenvolvimento sustentável”.

“Eu vim a Angola primeiro pagar uma dívida ao Presidente da Angola, pela solidariedade que teve ao nosso país durante a tentativa de golpe”, lê-se na página oficial de Lula da Silva no X (antigo Twitter). E, a seguir, “para dizer: o Brasil voltou ao continente africano”.

Isto depois de um mandato de Jair Bolsonaro em que as relações com África, em geral, e com os países da CPLP, em particular, não fizeram parte das prioridades da política externa de Brasília.

“Pela primeira vez desde a redemocratização, tivemos um Presidente que não fez nenhuma visita a África. Embaixadas brasileiras foram fechadas. A cooperação foi abandonada. Deixámos de actuar juntos nos foros internacionais", explicou, antes de se comprometer a "corrigir erros e alçar a parceria estratégica a um novo patamar".

Segundo os números apresentados pelo chefe de Estado brasileiro, o intercâmbio bilateral desceu “drasticamente” a partir de 2015, mas no primeiro semestre deste ano, ou seja, nos seus primeiros seis meses de mandato, a curva já se reverteu, tendo subido quase 65% em relação a igual período do ano passado.

Para continuar nessa senda de recuperação, o Presidente brasileiro considera Angola uma porta de entrada fundamental para esta relação” do Brasil com África, logo, chegou a altura de “retomar” a “cooperação estratégica de longa data” entre os dois países.

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