Rússia afasta oficialmente o general Surovikin da chefia da Força Aérea
O “general Armagedão” não é visto em público desde o motim do Grupo Wagner no final de Junho. Tinha-se especulado que o seu desaparecimento significava que estava em prisão domiciliária.
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A Rússia afastou Serguei Surovikin do cargo de chefe da Força Aérea, segundo a agência estatal RIA, que adiantava já o nome do seu substituto interino, o general Victor Afzalov.
Surovikin, conhecido como “general Armagedão” pelos bombardeamentos brutais na Síria em apoio ao regime de Assad, não tinha voltado a aparecer em público desde o motim dos mercenários do Grupo Wagner contra a liderança militar russa no final de Junho.
Os combatentes do Wagner exigiam o afastamento dos dois principais responsáveis pela guerra na Ucrânia, o general Valeri Guerasimov, comandante das forças russas na Ucrânia, e do ministro da Defesa, Serguei Shoigu.
Guerasimov substituiu, em Janeiro, Surovikin no comando dos militares russos na Ucrânia (cargo que Surovikin ocupava há apenas três meses), depois de o "general Armagedão" ter ordenado a retirada russa de uma parte da região de Kherson.
Surovikin caiu depois em desgraça com a fracassada revolta liderada por Yevgeny Prigozhin (Ievgueni Prigojin na transliteração em português), que na altura reconheceu ter planeado pessoalmente com o general a operação para tomar a cidade de Bakhmut, algo que os mercenários conseguiram em Maio passado. Prigozhin elogiou várias vezes Surovikin, chegando a dizer que com ele no comando, os seus homens nunca teriam tido problemas com o abastecimento de equipamento e munições.
Vários media e fontes da Rússia disseram que Surovikin estava a ser investigado por potencial cumplicidade com o Grupo Wagner e que estava em prisão domiciliária.
Prigozhin, o chefe do grupo Wagner, continua em liberdade e, na segunda-feira, divulgou um vídeo que sugeria ter sido gravado em África, onde o grupo paramilitar russo tem actividade em vários países.
A notícia da RIA citava fontes anónimas, assim como a do site RBC com a mesma informação, e apesar de não haver um anúncio oficial, estas afirmações, e a nomeação de um interino, sugerem que as autoridades consideraram o seu comportamento durante o motim como problemático e o afastamento parece ser uma tentativa de afastar alguém considerado próximo do Wagner.
Desde o motim, as autoridades russas também tentaram silenciar vozes críticas em relação ao modo como a Rússia está a conduzir a guerra, tanto dentro do Exército como fora, como é o caso de Igor Girkin.