José Luís Carneiro: pré-posicionamento de meios aéreos em Castelo Branco “é especialmente relevante”

Os meios da frota aérea europeia para combater os incêndios ficam pré-posicionados em Portugal para apoiar mais rapidamente as autoridades portuguesas e espanholas.

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Com este apoio, Portugal pode dizer que está pronto para "enfrentar" os incêndios, diz José Luís Carneiro Nuno Ferreira Santos

O ministro da Administração Interna afirmou esta segunda-feira que o pré-posicionamento de duas aeronaves para combate a incêndios em Castelo Branco, no âmbito do Mecanismo Europeu de Protecção Civil (RescEU), “é especialmente relevante”.

“Este momento é especialmente relevante porque há um ano começámos a trabalhar em Bruxelas com os ministros do Interior, para reforçarmos os meios do Mecanismo Europeu de Protecção Civil, para os anteciparmos e para os preposicionarmos”, disse José Luís Carneiro aos jornalistas no aeródromo de Castelo Branco, onde se deslocou, acompanhado pela ministra da Defesa Nacional, para visitar os meios aéreos de combate a incêndios financiados pela União Europeia no âmbito do Mecanismo Europeu de Protecção Civil (RescEU).

“O que hoje aqui [Castelo Branco] está a acontecer, com o apoio do Ministério da Defesa Nacional, Autoridade Nacional de Emergência e Protecção Civil e Câmara de Castelo Branco, (é que) foi possível termos dois meios aéreos que são financiados em 75% pela União Europeia e que ficam a trabalhar primariamente para as necessidades do país, mas que estão também pré-posicionados em Castelo Branco para apoiar o esforço europeu, muito particularmente no quadro da Península Ibérica, na medida em que temos um acordo bilateral (com Espanha) de Protecção Civil que prevê a mobilização de meios e forças”, explicou o ministro.

Estes meios da frota aérea europeia de combate a incêndios (uma parelha de aviões anfíbios Fire Boss) ficam pré-posicionados em Portugal, como reserva para apoiar de forma mais rápida as autoridades portuguesas e espanholas em caso de necessidade. Envolvem um investimento da ordem dos 2,5 milhões de euros, 75% dos quais financiados por Bruxelas, e permitem que Portugal tenha pela primeira vez aeronaves integradas no RescEU.

Portugal é um dos vários países da UE com meios aéreos europeus pré-posicionados para reforçar a capacidade de resposta rápida aos incêndios rurais neste período do ano, a par de meios terrestres que, no caso português, são oriundos da Finlândia.

“Em anos anteriores fomos sendo beneficiários de outros Estados-membros e agora também com este apoio que a UE nos deu do ponto de vista financeiro, estamos em condições de dizer que estamos cá e prontos para que, em caso de necessidade, possamos entreajudar-nos, para enfrentar estas ameaças e riscos”, sublinhou. E acrescentou que sempre que há necessidade de apoio ocorre a activação do mecanismo europeu.

“O país que tem necessidade de apoio faz a comunicação para o mecanismo, que entra em contacto com as protecções civis nacionais e, em função da disponibilidade para dispensar esses meios, serão mobilizados para as necessidades europeias”, realçou. José Luís Carneiro salientou ainda que neste momento, “os meios previstos estão praticamente na sua plenitude", adiantando que agora é necessário sensibilizar os portugueses.

“Os meios aéreos, terrestres e humanos são muito importantes, mas permitam-me que o diga: é a tranca na porta de uma casa que já foi assaltada, porque eles actuam quando os incêndios já estão a lavrar”, referiu.

O governante realçou ainda a importância dos instrumentos aldeia segura e os aglomerados seguros que já ultrapassam os 2300 em todo o país. “Houve um esforço de crescimento que deve ser enaltecido e esse esforço agora está a ser objecto de avaliação e de vários estudos académicos. É preciso olhar para as conclusões dessa avaliação para podermos dar um novo salto de crescimento nessas experiências de autoprotecção das comunidades locais”, sustentou.

“Houve um esforço de crescimento, está a haver um esforço de consolidação e o objectivo é depois podermos perspectivar um novo crescimento, que tem que contar com o envolvimento muito activo das câmaras municipais e das freguesias”, concluiu.

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